Silvia Ribeiro

Curvar-me sempre foi uma dificuldade.

Vejo grandes personalidades, que eu prefiro chamar de “Grandes almas”, como uma referência que me faz bem. E não com uma idolatria que me incapacita de me sentir próxima, tampouco algo que me coloca numa posição menor do que eu mereço.

Acredito que todos somos pertencentes de um processo de evolução que se dá através de altos e baixos. Cada qual com o seu modo de andar, com os seus friozinhos na barriga, com os seus Deuses e Demônios, e com tudo aquilo que precisa ser vivido.

E como num passe de mágica lá está ele- o “Senhor do tempo” cronometrando e dando boas-vindas a quem chegou primeiro.

Por isso discordo de uma tietagem pelo simples fato de alguém ter chegado no topo da escada quando eu ainda me atrapalho com alguns degraus.

Prefiro pensar com infantilidade, e ver os meus sentimentos engatinhando e se tornando adultos sem a pressa de ser gente grande.

E digo: quando eu crescer quero resolver minhas sombras e mostrar os meus lumes igualzinho a ele(a). E sei que posso.

Poucas vezes coloco os meus gritos pra fora ou saio do meu refúgio. Por não querer desperdiçar emoções, ou por não ter o que dizer mesmo. E isso me ajuda a acomodar melhor o meu “eu”, e sublinhar somente o que interessa.

No entanto, consigo citar aqui vários nomes que fazem parte dessa dinâmica, entendendo todos os incômodos e discordâncias de outros olhares. Uma lista que não precisa ser aceita, apenas afeições essenciais que eu levo pra junto do meu travesseiro.

Chico Xavier, a paz que eu quero ter.

Princesa Diana, a bondade que eu quero ter.

Papa João Paulo II, a fé que eu quero ter.

Drummond. A poesia que eu quero ter.

Andrea bocelli. A música que eu quero ter.

Todas as Nossas senhoras. O coração que eu quero ter.

Jesus Cristo, o amor que eu quero ter.

E não se espantem se eu disser que a lista não terminou, e que minha parte sonhadora  vai durar pra vida inteira. Mas acho justo um espaço em branco para as “Grandes almas” que vierem.

Até lá vou subindo a escada.