Silvia Ribeiro

O tempo passa veloz…

Quero-te agora sem ao menos te dar a chance de um depois.

Não posso mais acomodar essa fogueira acesa dentro de mim e a impaciência dos meus braços querendo te sentir. Vou esculpir quantas palavras forem necessárias pra explicar esse desejo.

A minha pressa é sucinta e não cala essa ardência.

Não venha me dizer que não sabe dos meus toques, que não entende a minha pele, que não ouve os meus lábios. E que não conhece as curvas dos meus gemidos.

Não minta pra você.

Deixe que o sal do meu suor batize as suas  carícias, se habitue da santidade do meu corpo e faça dele o seu santuário.

Não sei como ser simplista quando a sua presença é absurdamente tangível e generosa. Talvez seja isso que faz com que eu te receba todas as noites.

Quando puder, lembre da nossa história e escreva a sua melodia na minha alma. Quero te en(cantar).

Me alcance na imortalidade de cada nota escrita em partituras de lembranças pra que eu te ouça mundo afora, e te abrace com um simples suspiro de saudade.

Pela manhã vou contar ao sol das nossas delícias, arrumar a minha cama, desfrutar do seu perfume, e te imaginar rindo no meio dos meus lençóis.

Troco o batom quantas vezes forem necessário, só pra que você descubra que eu te trago vivo no vermelho das minhas fantasias, e na utopia de te encontrar em uma rua qualquer. “De surpresa”.

Escolhi estar em lugares que perceba o seu vinho preferido, que me conte do seu banho demorado, e que poetize o seu silêncio gelado. Desconheço qualquer prazer que não seja com você.

Tenho dentro de mim uma busca incessante que me faz querer ser as paisagens que transam com os seus olhos, as boas notícias que vem com o seu coração, o vento que lambe os seus cabelos, e o seu amuleto da sorte.

E quem sabe- o amor que você escolheu.