Silvia Ribeiro
Quando ouvimos alguém dizer que apaixonou-se à primeira vista, parece meio piegas, e provavelmente exagerado.
E nos dias de hoje, soa um tanto quanto fora da realidade.
Imagino que o medo de olhar os sentimentos de forma mais limpa cause alguns desconfortos, e deixe as pessoas mais ariscas e bem mais desconfiadas.
Salvo, um e outro veterano que gosta de esfregar na cara dos demais as suas habilidades amorosas, causando inveja aos novatos no assunto.
Quando ouço alguém falar, fico imaginando que aquela pessoa tirou essa referência de “amor à primeira vista”, de dentro de algum baú, daqueles bem empoeirados e adornados por intrigantes teias de aranha.
No entanto, acho bem provável que ele exista e que resista. O único problema é qualificar e aceitar as suas investidas.
E que me perdoem os incrédulos!
Dizem que ele aparece meio a contragosto, dando a impressão de emburrado, com neuras estranhas e uma série de plaquinhas de avisos perigosos. Ou sutil o suficiente pra embaralhar as nossas ideias.
E que mesmo não vindo com a praticidade de uma bula, ou uma pesquisa urgente no Google, ele emana alguns sinais que sugerem a sua presença. E pra intensificar a sua triunfal chegada insiste naquele friozinho na barriga, e continua a sua travessia sem nenhuma definição de onde vai estacionar.
Não abre mão daquela típica quentura no peito, até então inédita, tampouco aceita ser recebido de um jeito morno. E pra ser mais reconhecido, de uma hora pra outra interfere no nosso equilíbrio tirando o chão debaixo dos nossos pés.
Carrega consigo desejos que chegam de mala e cuia pra morar no nosso corpo, fazendo com que a gente pense numa noite especial. E quem sabe um algo mais.
Até que finalmente:
Ele deixa de ser um desconhecido qualquer, e se torna o caminho pra onde queremos sempre voltar.
E aí:
Já é “amor à todas as vistas”
Quando duas partes se atraem é porque fazem parte de uma história ou serão uma história.
Liiiiiiiindoooo D++++++++++…
Obrigada!