Tem coisas que é melhor não falar. A gente aprende assim desde pequeno. Tem coisas que parecem ser mais fáceis esconder, ocultar. Tem coisa que é difícil nomear: doença, morte, câncer, suicídio. Mas o fato das palavras não serem pronunciadas, não significa que elas deixem de acontecer ou existir. Simplesmente, o que não é dito, fica alijado da experiência.
Comigo foi assim. Mesmo sendo psicóloga, suicídio não era algo que “existia” para mim. Na minha formação, creio ter ouvido menção a ele nas aulas de psicopatologia. Nenhum professor tinha falado que perdeu algum paciente, nenhum vestígio da possibilidade de ser tocada profissionalmente por ele.
Ironicamente, suicídio apareceu para mim pessoalmente, pela morte inesperada do meu avô. A morte dele atravessou minha existência e passou a existir como algo indelével desde então. Lá se vão quase quinze anos que a perda dele me marcou profunda e permanentemente. Foi muito tempo de crise, perplexidade, memórias intrusivas, medo. Chorar era difícil, falar era impossível.
As palavras ficaram por muito tempo presas na culpa e nas interrogações infinitas. As memórias afetivas com ele ficaram escondidas no trauma. Os medos ficaram ocultos no tabu. Foram muitas sessões de terapia e também muito estudo para tentar entender o que se passava no meu interior e fora dele.
Hoje sinto que, apesar de precária e lentamente elaborado, o luto pelo meu avô ainda precisa ser verbalizado. O fato de estar superado, não significa que não precise ser escrito. O seu compartilhamento via narrativa é fundamental para se fazer presença no campo de mundo das outras pessoas. Para ser testemunho. Para que elas não sofram no silêncio e na solidão.
O livro, resultado da minha pesquisa de mestrado no qual eu investigo o luto por suicídio e também tangencio o meu próprio luto, será lançado brevemente e já está em pré-venda. Ele se chama “os sentidos do luto: vida após suicídio”.
Meu objetivo com ele é proporcionar narrativas e memórias sobre o luto por suicídio, restituindo aos enlutados lugar de legitimidade na fala e na experiência, para sentir e para existir. É um apoio à reparação às perdas e também uma mensagem de amor à vida.
Ajudem a espalhar a novidade, ajudem a informação chegar a quem precisa.
Lançamento: 05/03/24, terça-feira, de 18h às 22h
Local: Ah Bon! Shopping Diamond Mall
Valor: R$ 60,00
Pré-venda (de 24/01 a 04/03): o livro sai a R$ 55,00.
Sandra Belchiolina sandra@arteyvida.com.br Voo, Voa, avua, Rasgando o céu, Voo no deslize. Voo, Avua, Rasgando…
Daniela Piroli Cabral contato@dnaielapiroli.com.br Hoje, dia 20 de Novembro, comemora-se mais um dia da Consciência…
Eduardo de Ávila Assistimos, com muita tristeza, à busca de visibilidade a qualquer preço. Através…
Silvia Ribeiro Nas minhas adultices sempre procurei desvendar o processo de "merecimento", e encontrei muitos…
Mário Sérgio Já era esperado. A chuvarada que cai foi prevista pelo serviço de meteorologia…
Rosangela Maluf Em pleno século XXI, somos continuamente bombardeados com novidades de toda espécie! Resumindo,…