Silvia Ribeiro
Eu sempre fui muito criteriosa quando se trata de analisar as temáticas de outrem.
Considero que as diversidades nos engrandecem assim como as coisas em comum, e pode ser que isso coloque os meus passos numa posição mais lenta e menos abrupta.
Ouço histórias como quem saboreia uma laranja doce, gomo por gomo. É dessa maneira que certas estimativas saem do ostracismo e apalpam alguns cérebros.
Mas existe uma palavra que tem o costume de me fazer remexer na cadeira. O tal conselho.
Se conselho fosse bom ninguém dava, vendia. Pode ser que o meu desconforto venha desse ditado popular.
No entanto, procuro processar todo o conteúdo das suas intenções e tirar o máximo de proveito daquilo que julgo ser de uma provável serventia. O resto vai para a coleta seletiva.
Me considero uma pessoa razoavelmente resiliente e tento iluminar as minhas desinformações, até mesmo quando isso me parece impossível. É de praxe ter alguma coisa dentro da bolsa pra aprender.
Não me socializo com essas certezas petulantes que saem da boca das pessoas e que morrem ao dobrar a esquina sem nenhum protagonismo. Opiniões que mais parecem um enfeite esquecido na estante e cuja função é impressionar a visita.
Prezo pela docilidade de não saber e querer entender, de não ter a vida escrita em pedras, e de não ser o tema de grandes descobertas. Dou espaço pra que as mudanças se ocupem do meu dia a dia e venham tomar um café comigo.
É preciso deixar que esses tais conselhos passem por uma severa triagem sem a passividade da teoria, mas com a garra da prática calejando as mãos, até que eles se exponham sem caricaturas e nem forcas.
Que eles cheguem trazendo alívio, venham frescos e bem trajados, e se possível coloquem os nossos desajeitos pra descansar. Tomara que cante pra gente dormir.
Que não falem mal de ninguém, não cutuquem feridas, e nem festejem tristezas. E quando não se sentirem entrosados que possam procurar as suas tribos de uma maneira bonita, e de cabeça erguida.
Que não tragam a velocidade de um veredicto amargo, a estupidez de um olhar desaforado, e nem se comprazem com as descrenças de um coração maltratado. Torço pra que eles saibam tudo de gratidão.
Que nenhum deles queiram adivinhar o futuro, que não guarde cartas nas mangas, e nem fiquem por aí replicando o dia do fim do mundo. Rezo pra que já tenham ouvido falar de milagres.
Que levem pra bem longe os nossos quebrantos, se acostumem com os nossos patuás, e não façam pouco das nossas escolhas. Peço que nos desejem sorte.
Que venham inspirados como se deve ser.
Você faz toda diferença!
Obrigada pelo carinho!
…já percebi que alguns conselhos, eram com certeza para a própria pessoa que as dirigiram a mim. Ao falarmos, estamos dizendo mais sobre nós do que aconselhando o outro. Assim devemos ouvir o outro e mais importante nos ouvir, assim formamos uma opinião mais clara sobre.
Exatamente!
Liiiiiiiindoooo D++++××××…..
Obrigada!