Luciana Sampaio Moreira
Pois é! Eu vi a matéria no início do ano e decidi fazer o ENEM 2023. O investimento é baixo – inscrição e dois domingos de provas – e pode render oportunidades interessantes para mim. Com 29 anos de jornalismo, respirar novos ares é sempre algo bem-vindo. Não dá para ficar fechado na bolha, na pretensa ideia de que sabe tudo sobre alguma coisa.
Da época em que me formei – dezembro de 1994 – até hoje, a carreira que escolhi mudou completamente. Sumiram alguns atores, apareceram outros. A tecnologia dominou todo o processo de produção, para garantir o acesso imediato de leitores, ouvintes e telespectadores às últimas notícias.
Talvez por isso que a notícia sobre o ENEM 2023 tenha me interessado tanto. Fiz a inscrição logo depois pela internet. Fiz a prova no prédio da PUCMinas, na Rua Cláudio Manoel. Pertinho da Praça da Liberdade. Peguei uma carona com o maridão, desci ali na Bahia e vim andando para sentir o clima. Candidatos, pessoal de universidades e colégios! Aquele movimento que eu conheci dos antigos vestibulares.
Como fiz a prova no primeiro andar do prédio, subi direto. Ao chegar, me deparei com uma sala de veteranos! A única jovem é uma moça que pretende migrar para a UFMG. Ao final do primeiro dia de provas, saí alegrinha mas exausta com o caderno que – espero – seja útil para alguém.
No dia 12 retornei para mais 90 questões, entre as quais 45 de matemática, aquela matéria da qual literalmente me livrei quando ingressei no Jornalismo. Nunca fui além da média 65, mas tive que enfrentar o desafio depois de 30 anos sem ver nada do conteúdo.
Quando entrei na sala pela segunda vez, com uma antecedência segura, tive tempo de assuntar aqui e ali sobre sonhos e expectativas. Cada um ali tinha os seus planos. Eu também lógico! Afinal, propósito não pode ser apenas um na vida toda… Recomeçar faz parte e é saudável.
Sem ansiedade, vou aguardar o resultado oficial da prova. Quero ver a minha pontuação na redação. Não vou entrar na neura de garimpar o gabarito. Quero curtir esse processo com toda tranquilidade. E se não der desta vez, ano que vem eu tento de novo. Mas só depois de dar uma olhada nos livros dos sobrinhos, de preferência com eles por perto, para me dar algumas explicações.