Rosângela Maluf
A alegria de ser mãe não tirava de Clara a insatisfação pelas noites mal- dormidas, o choro das madrugadas, o peito dolorido e a impaciência pra retornar ao trabalho.
Clara só queria de volta sua vida normal.
A bebezinha, aos três meses dava um trabalho inacreditável. Inimaginável. Absurdo. Por mais que ela tivesse ouvido comentários e experiência das amigas, a Maria dava muito trabalho! Chorava muito, reclamava muito, de tudo…tanto que Clara não sabia mais o que fazer.
Ela contava com uma diarista que se ocupava de todo o trabalho da casa, todo mesmo, inclusive ajudando-a em tudo que fosse possível ajudar com a Maria. Uma faxineira uma vez por semana e tentava uma enfermeira que pudesse dormir com a bebê, pra que ela pudesse também dormir.
Na história havia um marido. O Cássio era um ótimo sujeito. Levava jeito para ser um ótimo pai, mas havia um problema que afetava demais a jovem mamãe. O Cássio reservara os sábados para o futebol com os amigos e depois do jogo, todos no Bar do Onofre onde bebiam e riam e gargalhavam até não poder mais.
Todo sábado era a mesma história.
Ele dormia bem, se levantava de ótimo humor. Juntos tomavam o café da manhã, depois ele trocava de roupa – colocando a camisa do Galo – beijava a jovem mamãe que mais parecia um fantasma – e lá ia todo faceiro se encontrar com os amigos, jogar futebol, almoçar todos juntos, se encharcar de cerveja e chegar em casa já quase de noitinha.
Na história ainda há uma outra mamãe. Uma mulher que não se cuida mais. Se olha no espelho e tem vontade de chorar: cabelo preso, muito feio, olheiras, testa franzida, um bocejar frequente e um sentimento de tristeza + solidão + total abandono + vontade de falar umas verdades pro Cássio.
Por mais que ela desejasse entender o lado dele, fazia um drama por qualquer motivo. Andava chorona demais, chata e reclamona, como o próprio Cássio já dissera mais de uma vez.
Naquele sábado ele chegou muito feliz da vida. Seu time ganhara a partida, nos pênaltis. E quem havia marcado o primeiro gol? Ele. Comemoraram tanto que ele só queria um banho e depois dormir.
Tudo que Clara pensara dizer pro marido não foi dito.
Quando viu o estado do atleta ela achou melhor deixar que ele dormisse mesmo que ainda fosse cedo demais. Banho e cama – só pra ele!
Teve uma ideia brilhante. Ela tira a carteira dele[ e diz que bêbado não viu que estava sendo roubada.
O marido fica louco, volta ao campo pergunta aos amigos.. nada
O cara desorienta, faz as contas de todos os documentos que terá que refazer
Passam-se três dias…3ª. feira, ela se arrepende
Vai na vizinha e pede que ela encontre a carteira jogada no mato que cresce junto ao seu muro
Ele fica louco…agradece
E promete a mulher que não mais ir[a jogar futebol
Hoje, ela continuo s[o do mesmo jeito…ele optou pelo ciclismo e passa o sábado com a Tininha, a bike !!!!
A história se repete em vários relacionamentos . Os homens não são criados para serem pais e companheiros. A história do Machismo desmancha relacionamentos e afastam filhos de pais . Essa é a realidade
Belo relato de pais só pelo nome…pois todas as funções ficam com a mãe . Hoje já as funções são muito bem dúvidas . . ao menos aqui ☺️
Mulher com raiva é um perigo
Felizmente hoje os homens estão compartilhando mais os cuidados com os filhos e filhas recém-nascidos. Mas a responsabilidade e os cuidados maiores ainda são das mulheres. Eles dão uma “ajudinha” e “de vez em quando”.
Muito bom, Rô! Amei!
Esses homens… sempre “distraídos”…