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Portinari – um pintor de brasileiros

“Portinari Raros” exposição preciosa que estará no Centro Cultural do Banco do Brasil – Belo Horizonte – CCBB-BH, até o dia 07 de agosto de 2023. Com um acervo de 200 peças de Candido Torquato Portinari (1903-1962) artista renomado brasileiro nascido em Brodowski, interior de São Paulo.  Filho de imigrantes italianos que trabalharam na colheita do café. Em seus quadros estão suas vivências – roda de crianças e demais brincadeiras; trabalhadores – do café, garimpeiros, lavadeiras; pessoas de muitas culturas nacionais – o retirante, a baiana, o cangaceiro, a “Índia Carajá”, ou seja, pessoas e cenas que compõem o cenário multicultural brasileiro. Relatarei algumas curiosidades sobre emblemático pintor.

Reza a lenda que foi seu amigo, Gustavo Capanema (Ministro da Educação do Brasil, 1934-1945, quem sugeriu que pintasse o povo brasileiro na sua diversidade. Conselho dado e bem desenvolvido, pois basta percorrer suas obras para percebermos como Portinari a bem retratou.

Na exposição pode-se contemplar seu primeiro quadro com a temática nacional: “Baile na Roça” (1923). A obra foi recusada pelo salão anual da Escola Nacional de Belas Artes – Rio de Janeiro, pois não adequava ao seu padrão artístico. Consta que Portinari a desprezou desde então. Assim, ficou “sumida” dos holofotes por 50 anos. Foi recuperada pelo Projeto Portinari após buscas e muitas divulgações realizadas.

Sua última obra “Índia Carajá” (1961) recebe atenção especial e compõe uma das temáticas da exposição. Os temas são: “Paisagem”,” Fauna”, “Grafia”, “Infância”, “Desenhos”, “Fora de Série” e “Flores”. Além da presença das obras físicas, ocorre no pátio do CCBB-BH, durante o período noturno, as projeções de: “Brasil de Portinari, “Guerra e Paz”, “Infância” e “Arte Sacra”. No roteiro interno, também, encontramos algumas projeções e entre elas os retratos de sua esposa Maria Portinari. E ela fala sobre Portinari para os visitantes. Num dos retratos ouve-se: “Quando tem certeza acabou. Acabou de pintar aquele quadro, foi uma experiencia e passa para outra, para fazer melhor. Nunca está satisfeito. Nem deve! Ele dizia que: ‘o dia que estiver satisfeito…estou mal’.”

Assim foi Portinari. Um apaixonado por sua arte, desejou suas pinturas até seu fim; mesmo sabendo que suas tintas o intoxicavam devido ao chumbo, presente principalmente nas de tons amarelo. Morreu aos 59 anos e deixou um legado de 5 mil obras.

Sandra Belchiolina

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