Aprendi, ainda que com atraso, mas em tempo de me reorganizar, que nunca se deve gastar mais do que ganhamos. Minha opção pela justa distribuição de renda, que – via de regra – bate de frente com o capitalismo selvagem, nunca me impediu em reconhecer a importância do empresariado, desde que com responsabilidade social. Assim como também, isso é negado pela maioria dos conservadores, fundamental ao capitalismo é a mão de obra. Sem ela, lamentavelmente explorada, a economia não gira.
Dito isso, vou logo ao que me sugere na terça-feira – meu dia aqui no Mirante – trazer algo para reflexão. Impressiona me demais o pouco caso com o consumidor e as alternativas para baixar custo no nosso dia a dia. Já de tempos conhecemos as portarias eletrônicas sem a presença de um funcionário físico nos prédios. Agora surgiu a portaria remota. Fui visitar um primo, sei qual o prédio, mas não o apartamento. Nem a atendente, que fica – depois soube – numa central lá em São Paulo. Isso pela contenção de gastos.
Tudo bem, mas outras atividades fundamentais e que pagamos por elas, seguem com o mesmo plano de diminuição dos gastos. Em detrimento do interesse em bem servir ao usuário ou consumidor. Fui até minha Araxá na semana passada. A estrada, privatizada tem quase dez anos, está péssima. Era pra ser duplicada, mas as obras pararam no primeiro terço desse percurso e seguem paralisadas.
Já os pedágios, esse não, funcionam a pleno vapor. Quer dizer, nem tanto. Daqui até lá são três deles (6,40; 6,70 e 7,10) – num total de ida e volta de R$ 40,40. Fosse numa boa pista, duplicada como contratado, seria saudável pagar esse custo, mas além da estrada ruim o pagamento dessa cobrança é um sacrifício para o usuário. Nos três postos de cobrança, num deles uma única fila para pagamento e outras três ou quatro cancelas inoperantes. Num outro, acreditem, uma única atendente para os dois lados. A sacrificada funcionária, na cancela que dá acesso aos dois lados da rodovia, atendia alternadamente, numa e na outra direção.
Como se não bastasse, pertinho desse pedágio tem um agradável restaurante e posto de abastecimento. Com movimento pequeno para completar o tanque de combustível, tive de esperar um tempo razoável. Apenas um frentista, que no momento estava ocupado calibrando pneu de outro consumidor. A meu juízo, em que pese a contenção de gastos que o proprietário optou, é um desrespeito ao consumidor que espera em viagem um mínimo de agilidade.
Mas, o infortúnio segue, agora já na lanchonete do restaurante. Seguramente, para quem passa por lá e é um local aprazível que sempre se destacava pelo bom atendimento, não poderia imaginar o tamanho da decepção. O biscoito frito salgado, que me transporta aos lanches na fazenda nos anos 60, é uma das gostosas iguarias do local. Pois estava frio, gelado mesmo, servido com um café igualmente frio numa manhã friorenta. E as atendentes – em menor número -, diferentes de outras de tempos passados, reclamando da vida e do relógio que não andava para dar a hora de ir embora. E esse é o retrato de alguns lugares que a gente frequenta. Tudo em nome da contenção de gastos. O público/cliente que se phod…!
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FATO!!!
Novos tempos, tempos dos liberais