Silvia Ribeiro
Voltei pra buscar aquele beijo:
O beijo que retrai os segredos. O beijo que desconforta o coração.
O beijo que desatina. O beijo que cerra os olhos.
O beijo que festeja. O beijo que convence.
O beijo que não se cobra de volta. O beijo que não se desculpa.
O beijo desaforado. O beijo sem purgatório.
O beijo que lambe a alma. O beijo que cala a língua.
O beijo que intui as pernas. O beijo que verbaliza o suor.
A temperatura do beijo é que decide onde as mãos devem estar:
Na cintura libidinosa. No corpo ofegante.
Nas carícias místicas. Na nudez devorada.
No pescoço imprudente. No colo festejado.
No gozo incrédulo. Nas virilhas da paixão.
Não se volta pra buscar o beijo:
O beijo bem comportado. Que não se apaixona.
O beijo que não suspira. Que não tem vísceras.
O beijo sem lençóis. Que não extenua o tato.
O beijo que não recita gemidos. Que não confessa poesias.
O beijo que não come. Que não se farta.
O beijo que não cabe na pele. Que se distrai.
O beijo que não conversa. Que não tem fetiches.
O beijo que não entende de saudades. Que não fica na borda do copo.
O beijo que não tem risadas. Sem coração.
E o que é o beijo?
Os lábios de quem se ama.
O beijo tem uma linguagem própria e universal.
Entre outras coisas.
I beijo é a finalização da demonstração de um sentimento
Faz parte!
Perfeito, parabéns Silvia….