Eduardo de Ávila

Venho evitando, ou, pelo menos, tentando, falar de questões que envolvem as últimas eleições e o novo período que o Brasil recomeçou a atravessar. Tenho minhas convicções pessoais e, enquanto não sou importunado, convivo razoavelmente bem com quem pensa diferente. A menos que, como ocorria e alguns ainda insistem, apareça alguém que — sem embasamento e guiado por fake news — resolva a insinuar polêmica. Tem gente que já conheceu meu coice. Pior que de mula.

Fora isso, me relaciono com pessoas que divergem do meu pensar — até com quem torce para time que já foi adversário do meu Galo — sem qualquer turbulência. No último pleito, tomei pancada dos dois lados, por — via de regra — meus votos plurais. Tanto de conservadores quanto também dos meus companheiros de luta. É que, militando, por décadas no campo progressista, optei pela candidatura do Romeu Zema ao governo.

Houve até quem sugerisse um debate, entre amigos, para discutir o meu voto. Ora, vá pra…! Mais que minha relação de parentesco com ele (Zema), reconhecia naquele momento o trabalho de saneamento das contas mineiras na sua primeira gestão. E mais, conservador por conservador, o principal concorrente em nada era diferente. O fato de ter caído de paraquedas no colo da esquerda, não mudaria o perfil do também empresário, com a diferença de seu estilo autoritário.

Dito isso, mesmo depois do pleito, ainda segui tentando despertar no governador reeleito — com postagens aqui e até mesmo algumas prosas pessoais — que o resultado das eleições definiram o futuro e a escolha dos brasileiros. Entre outros temas, que julgava fundamental expor, alertar sobre a infantilidade da turma ao seu entorno. Nas conversas, evidentemente, a relação institucional entre os governos de Minas e do Brasil, conforme ele próprio definira com o governo anterior na República.

Porém, reafirmo, pelo espírito aventureiro e a inexperiência de alguns novilhos precoces que estão ao seu entorno, lamentavelmente seguiu em confronto com quem não se deve bater de frente. Não só a Presidência da República, como também com os demais poderes, como Legislativo e até o Judiciário (leia-se STF). Entrevistas, no mínimo duas, além de postagens nas redes sociais, indicavam um distanciamento inócuo entre Minas Gerais e a União. Me recolhi à minha insignificância, até que ontem, reanimei com uma possível nova postura daquele que mereceu a minha confiança. Convém um pequeno registro, em 2018, ele só teve o meu voto no segundo turno, na primeira rodada foi outro candidato.

E qual a razão dessa nova e boa expectativa? Ao receber, ontem, a proposta (uma PEC) da reforma tributária que o presidente Lula pretende aprovar no Congresso, Romeu manifestou “totalmente favorável”. Quem ganha com isso não são os governantes de momento, mas todo o país e o povo brasileiro. A união de forças políticas em busca da solução dos problemas nacionais, deve sempre direcionar as ações de quem tem a missão de representar a sociedade.

Tomara que essa nova e interessante postura, faça com que seus auxiliares tão próximos, percebam que o governo existe para atender interesses maiores e da maioria e não de meia dúzia de interesseiros. Projetos de interesse social devem sempre sobrepor ao individual. Não será com quem busca projeção usando pixuleco para afrontar, menos ainda com aquele que investe em parcerias pessoais nas ações de governo, tampouco com projetos políticos futuros direcionando o trabalho de uma equipe, que vamos alcançar objetivos que devem ser comuns. Por isso, acredito, agora vai!

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  • Não vejo a hora. Zema e Tarcísio para presidente ou Zema x Tarcísio para presidente. Queira Deus que nas próximas meu voto não tenha que ser no menos pior. A postura do Zema em dialogar com o atual Governo não me surpreende.

  • Concordo com o seu pensamento. Somos farinha do mesmo saco. Torço para o nosso primo rever determinadas posições que ele tomou no segundo turno na eleição para a presidência.

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