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E quem não gosta de elogios?

Silvia Ribeiro

E quem não gosta de elogios?

Ao longo do tempo já ouvi alguns. Dos mais criativos até os mais baratos, aqueles que fazem um dengo no nosso ego e aqueles que dá vontade de trancar e jogar a chave fora.

A beleza é algo tão indefinível que as vezes parece que não existe, basta olhar alguns álbuns antigos de fotografias pra pensar sobre isso.

Eu por exemplo, nunca fiz aquele tipo fêmea faltal, longe disso, mas já parei alguns trânsitos.Tampouco acreditei na exposição somente da carne pra expressar o que é belo e principalmente pra dar voz à uma conquista, acho que alguns artifícios são desnecessários e esses nunca me fizeram falta.

Tenho um amigo que sempre me diz que eu deveria negociar fotos do meu nariz pra cirurgiões plásticos copiarem, e isso sempre me arranca imensas risadas. A boca é algo que recebe vários adjetivos, e aqueles mais ousados não deixam a minha cintura nem o meu colo de lado.

Não vou negar que tudo isso nina a minha autoestima e o meu espelho se sente motivado, fazendo com que o tempo respire aliviado.

No entanto, eu me surpreendo com aquelas pessoas que conseguem perceber que o meu coração é uma delícia, que a minha alma tem um bate-papo gostoso, que os meus desejos têm uma simbologia diferente, que os meus toques têm melodia. Que a minha essência de menina/mulher é um tesão, que os meus sentidos são sofisticados, que o meu suor é envolvente, que a minha libido é extremamente coração, e que o meu amor é naturalmente gracioso.

Embora hajam muitas paragens dentro desse novelo que atravessa esses grilhões de estereótipos, que nada mais são do que procuras pelo intocável e pelo supostamente inatingível, percebo que por diversas vezes as pessoas se mostram vendadas, e não enxergam que tudo o que realmente encanta está à olhos nus, necessitando apenas de uma sensibilidade aflorada pra trazer o belo que vive do outro lado da imaginação pro mundo real, sem muitas vezes a necessidade de um método braille pra alcançar tudo isso.

Uma coisa não vou negar, entre tantos adjetivos e intenções que vieram até mim, me lembro de um “elogio”, digamos inusitado, e que os meus olhos sempre brilham quando se lembram.

Mas, esse eu não vou contar. Risos

*
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