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A alegria vai tomar posse

Sandra Belchiolina
sandra@arteyvida.com.br

O que restou de nós depois desses últimos anos? Além da ameaça da pandemia que vivemos, houve um turbilhão de desinformações políticas, sobre a saúde, as necessidades de prevenção com a vacina da COVID-19. Guerras diversas surgiram nesses quatro anos tenebrosos, assolados por doença respiratória e que anuncia que estamos em caminhos perigosos. Avançamos a linha do total desrespeito com natureza e o ser humano. Ela deu suas respostas com novos vírus, tempestades, calor, nevasca, enfim mostrando que somos limitados e que ela reinará. Diante dos cacos que nos restaram haverá esperança? Qual resposta a sociedade humana dará para redimir suas mazelas?

No Japão produzem arte com restos, cacos. A técnica Kintsugi, onde há reparação da peça de porcelana quebrada com ligas de ouro. Os cacos são colados e recompondo o que quebrou, despedaçou, desligou. Essa técnica comunga com a filosofia wabi-sabi – também japonesa, que implica na aceitação do imperfeito ou defeituoso.

Ao percorrer as mídias sociais, ler alguns jornais e escutar os que estão à nossa volta, verificamos que chegamos no final desse ano em cacos. A exaustão do ano 2022 está mostrando sua cara em vários meios de comunicação. E, claro sentida em nossos corpos.

Contudo a esperança não cansa de insistir e movimentos diversos de recuperação. Renovar é precioso, fazer-se novo é necessário, deixar fluir o que é bom para que a vida seja menos dura. Gostaria de apontar o magistral nome para os eventos culturais para posse do nosso futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva – Festival do Futuro: a alegria vai tomar posse. Bem dito seja este slogan! É a esperança tomando posse. São nossos caquinhos sendo reunidos e tomara que tornando uma boa obra de arte.

Dois palcos que trazem os nomes de nossas queridas Gal Costa e Elza Soares são cenários da diversidade cultural brasileira. Alguns irão torcer o nariz para esse ou aquele artista que ali estará. Mas, lembrando Chico Buarque em entrevista, esse é o Brasil: somos um país multicultural – do forró, do sertanejo, do funk, do rock, da música popular brasileira. Somos diversos! É nessa diversidade e aceitando o imperfeito e defeituoso em nós que desejo um ano de paz e esperança para todos. Irei para 2023 de coração aberto para saudar novos tempos.

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