Na última semana, eu recebi a incumbência de prefaciar a minha mãe. Isso mesmo, fazer o prefácio do livro que minha filha escreveu na escola para homenagear a avó dela. E foi com enorme emoção e com o coração cheio de amor que eu escrevi as primeiras linhas do livro: “Querida vovó”.
Iniciar o livro dedicado à avó foi tarefa de grande responsabilidade, talvez uma das maiores da minha vida, já que é mais que uma maneira de homenagear a minha querida mãe, Clarice, pela avó especial que ela é. Deixar registradas aqui a história e as memórias de sua vida e de suas relações é dizer sobre ancestralidade e sobre a genealogia dos afetos e do cuidado.
Escrever estas palavras foi também uma forma de revisitar a minha infância como neta que fui e me projetar no futuro como avó que talvez eu serei. Hoje sou mãe, ponte entre a filha e a avó. Sem uma, eu não seria mãe. Sem a outra, eu não seria eu. Uma é minha asa de voar e a outra é minha raiz e ficar.
Em um futuro talvez próximo, talvez distante, eu me tornarei também avó, em um ciclo de repetição, de renovação e de inscrição no ciclo familiar e na história do mundo. Então esse texto é também sobre promessa.
O mundo está mudando muito rápido. Que sejamos apoio, conexão e coletivo entre as mulheres. Que nos arrisquemos nos mistérios das aberturas das portas e que honremos a história das mulheres que nos precederam.
Que saibamos perder tempo e também ganhá-lo. Que os valores não se cristalizem definitivamente. Que sejamos capazes de sustentar nossa capacidade de aprender e, ao mesmo tempo, desaprender. Essa sim, é a verdadeira sabedoria. Que saibamos aplicar o que a gente aprendeu na vida nos diversos contextos que nos serão, às vezes, estranhos.
Que saibamos abdicar do saudosismo e que a nossa vida não seja o único parâmetro para avaliar o mundo. Não, “no nosso tempo” as coisas não eram melhores. Eram apenas diferentes. Que saibamos equalizar os botões da diferença e do pertencimento. Que saibamos equilibrar as doses de disciplina e aventura nas nossas vidas.
Que tenhamos consciência da nossa finitude e transitoriedade, mas também saibamos viver com gratidão as experiências de transcendência e imortalidade que esta vida nos permite.
Que sejamos colo, carinho, cuidado e afeto.
Que sejamos base, sentido, motivo, sonhos e amor.
Sempre amor.
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