Taís Civitarese
Ontem, assistindo ao primeiro jogo do Brasil na Copa Mundo do Quatar, senti uma grande alegria. Senti como se estivesse nos tempos de Pelé, vendo uma seleção potente e destemida avançar em campo.
Senti um orgulho danado. Uma empolgação indescritível ao ver os passes perfeitos, as fintas, canetas, assistências, defesas e finalmente, o gol. Os gols do Richarlison.
Assistir a esse jogo foi como rebobinar a fita. Recomeçar do começo, quando nosso bom futebol era quase tudo o que o mundo sabia sobre o Brasil.
Lembro-me de que nas últimas Copas foi tudo deveras sofrido. Mesmo nas vitórias, os jogadores passavam aperto, tiravam um fino. Muitas vezes, jogavam mal. Desta vez, foi suave. O time que estava em campo transmitia confiança. Precisão, toque de bola. Empolgava a torcida. Ver aquele estádio pela tevê lotado de amarelinhas não foi brincadeira. Sendo que muitos dos nossos torcedores que lá estavam nem eram brasileiros.
Nossos meninos bailarinos, atletas, a maioria pardos e negros. Tão jovens, tão grandes. Se pareço emocionada, estou mesmo. Após tanta desunião em um ano eleitoral conturbado, vimos ali um momento de paz, de união, de convergência. Que lição o futebol nos traz. Por fim, foi ele quem agregou a todos, uniu esquerda e direita, esses moleques que nasceram pobres, com tão pouco material e tanto talento: nosso povo. Somos sim o país do futebol. Esse somos nós! Somos maiores que divergências, que a disputa incessante pelo poder político. Somos aquele balé maravilhoso que não sucumbiu à força dos sérvios, pelo contrário, os driblou com categoria. Somos artistas que fazem “miséria” apesar de todas as agruras. Somos lindos de verde e amarelo! E vamos ganhar o hexa!
Galvão…. é você???