Em um ano de vibração 9 não se inicia nada. Sim, eu estava aqui, consultando o meu Mapa Numerológico Natal pra entender porque pareço uma mosca fazendo manteiga sobre um pires de leite, sem jamais conseguir voar. Bingo! Estou em um ano 9. Num ano assim, a gente finaliza o ciclo, corta tudo o que não serve mais, se afasta do que decididamente não vai seguir conosco no próximo ciclo e bota os pontos finais e os pingos nos is. Eu acho um ano meio tristonho porque tenho excesso de número 1. E o 1, que afortunadamente vai reger o meu próximo ano, tem a vibração do pioneirismo, dos inícios e dos milhões de projetos que a gente ainda quer implementar.
Têm sido tantas as despedidas que, mesmo absolutamente convencida da beleza e da singularidade do último show de Milton Nascimento, eu ainda não o assisti. Nem ao vivo, nem pela TV. Ando um pouco farta de encerramentos e já ansiosa pelos inícios que, segundo o meu próprio Mapa Natal, vão dar o ar da graça a partir do ano que vem.
No domingo, minha filha mais velha saiu sozinha com as amigas pela primeira vez. E a verdade é que eu estava quase tão empolgada quanto ela porque ando realmente carente de inícios, de caminhos novos, de alegrias inéditas. E foi assim que ela passou a noite postando fotos nos stories do Instagram e eu, secretamente, stalkeando tudo pelo meu celular, no quarto ao lado.
Releio meu Mapa e me convenço de que os fins são importantes. Encerrar os processos. Aparar as arestas. Decidir o que segue conosco para o futuro e o que deixamos para trás no novo ciclo. Despedir-se do que já não faz mais sentido. Organizar os aprendizados que nos servirão de base. É hora de arrumar as gavetas, jogar coisas fora, consertar os canos do banheiro que ficou quase 2 anos sem uso – sim, meus amores, isso é literal – e fechar os processos que não me acompanharão daqui pra frente.
Mas a verdade é que eu só consigo pensar no futuro. No próximo início. No primeiro de janeiro em que o sol há de brilhar e iluminar um novo tempo com uma alegria que eu já não vejo a hora de chegar.
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