Ôxente. João Pessoa onde o sol nasce primeiro no Brasil

Sandra Belchiolina de Castro
sandrabcastro@gmail.com

Ôxente, escrevi da terra onde o Sol nasce primeiro no Brasil – João Pessoa, capital do estado da Paraíba, um dos nove que compõem o Nordeste brasileiro. Podemos dizer que enquanto o Brasil dorme, aqui no extremo oriente das Américas – Praia dos Seixas, os raios solares já dão bom dia antes das 05h00.

Lugar de gente arretada, adjetivo muito usado por eles e estampado a camiseta de algodão. Artigo precioso e que na Paraíba, com tecnologia desenvolvida, é encontrado em três colorações naturais – branco, caramelo e verde. Mas vamos ao adjetivo que expressa o orgulho do povo paraibano, “O Sertão da Paraíba é arretado”, “A Paraíba é Arretada”, significantes do Estado que fazem jus ao que são: belo, grandioso, vistoso (conforme o Dicionário Aurélio).

A cultura e artes em geral nos brindam com nomes como Augusto dos Anjos, Ariano Suassuna. Na música e vozes possui: Zé Ramalho, Herbert Viana, Chico César, Elba Ramalho, Geraldo Vandré, Jackson do Pandeiro, Sivuca, etc.

Sabe aquela pintura famosa que todo brasileiro que passou pela escolaridade conhece – Grito do Ipiranga? O quadro foi pintado por Pedro Américo, um dos maiores artistas do Brasil do final do século XIX. A capital do estado, João Pessoa, o homenageou com uma praça homônima. Nela encontra-se uma escultura do pintor e também o quinto teatro mais antigo do Brasil, Santa Roza, datado de 1889.

Continuando nas artes, Ariano Suassuna que foi dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta, professor, advogado e palestrante, tem sua marca em uma das obras mais conhecidas que é “Auto da Compadecida”, que foi adaptado para o cinema e televisão. Ariano foi, também, idealizador do “Movimento Armorial”, surgido na década de 70, que propunha a criação de arte erudita a partir de representações da cultura popular do Nordeste, incluindo música, dança, artes plásticas, literatura, teatro, cinema, etc. Uma de suas falas: “Sou a favor da internacionalização da cultura, mas não acabando as peculiaridades locais e nacionais.”

Ôxente, enveredei para o lado da cultura e olhando nossa programação tenho muito para falar ainda. Entre os atrativos turísticos de João Pessoa está o Bolero de Ravel tocado ao pôr do sol por Jurandy do Sax, a despedida do Sol nesse dia é na Praia do Jacaré

Fico por aqui, por hoje, porque há muito que falar das praias, da vibrante orla de João Pessoa, povo, acolhimento, organização turística, enfim, das maravilhas da Paraíba.

Descobri as causas da música com o refrão “Paraíba masculina, mulher macho sim senhor”.
Conto depois… até…

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6 comentários sobre “Ôxente. João Pessoa onde o sol nasce primeiro no Brasil

  1. O Nordeste brasileiro é berço da beleza nas artes e cultura, nas paisagens naturais, no povo acolhedor e guerreiro. Parabéns pela bela crônica, um abraço, Sandra!

    1. João Pessoa é a cidade mais especial do Brasil … lá se respira uma natureza exuberante , um mar de cor inigualável , sol nascendo mais cedo do que em qualquer lugar nos chamando a viver com saúde, alegria e esperança …cultura , arte, natureza , acolhimento de um
      povo amigo , alegre e bem humorado , com um sotaque gostoso de ouvir … ainda moro lá … chega de Sudeste xenófobo e misógino !

  2. Eu tenho orgulho de ser nordestino
    do Piauí, da Paraíba ou da Bahia
    de Pernambuco, do frevo e da poesia
    de Sergipe, de Alagoas e do destino
    do artesanato das mãos de Vitalino
    e do talento de Jackson do pandeiro
    porque todo nordestino é brasileiro
    mas nem todo brasileiro é nordestino.

    E o preconceito me segue de menino
    entristece mas não fere o meu oxente
    o nordestino é um povo resistente
    apesar dessa aparência de franzino
    a coragem quem assina é Virgulino
    e a vontade vem do nosso sanfoneiro
    porque todo nordestino é brasileiro
    mas nem todo brasileiro é nordestino.

    A seca nos transforma em peregrino
    mas não há nada que abale a nossa fé
    como num verso de Patativa do Assaré
    acreditamos no amor do ser Divino
    mesmo tratado como um povo clandestino
    como um dia foi Antonio Conselheiro
    porque todo nordestino é brasileiro
    mas nem todo brasileiro é nordestino.

    Guibson Medeiros

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