O amor será eterno novamente

Daniela Mata Machado

O sol há de brilhar mais uma vez
A luz há de chegar aos corações
Do mal será queimada a semente
O amor será eterno novamente

Era de vestido branco, comprido, rodado e uma flor no cabelo todo em desalinho que eu queria celebrar o amor nesta semana. Tinha que ser num samba, onde tudo começou. E tinha que ser ao som de Clara Nunes. E tinha que ser sob as bençãos da alegria que reinava naquele setembro de 2005.

Nesta semana fazem 17 anos que eu perdi a cartela do bar e encontrei no dono daquele boteco o meu amor mais duradouro. Aquele que segue ao meu lado mesmo quando tudo do lado de fora e do lado de dentro parece que vai desabar. Esta é a semana do nosso aniversário.

É o juízo final
A história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver
A maldade desaparecer

Tinha que ser ao som de Clara Nunes a nossa comemoração! A celebração do amor, eternizado novamente. A celebração da alegria e da volta de um tempo em que ninguém tinha medo de ser feliz. A celebração dos abraços, dos beijos e da leveza que a gente tinha a qualquer momento e em qualquer lugar.

Era de vestido branco e uma flor bem vermelha enfeitando o cabelo que eu queria me deixar levar pelo samba miudinho nos braços do meu amor. Porque a gente merece seguir cada vez mais junto e é junto que a gente merece virar essa página infeliz da nossa história.

Aos niilistas, que não acreditam no amor, tampouco na alegria, eu peço licença e aviso que conheço todos os percalços e as impossibilidades. Mas na sexta-feira a gente faz aniversário e no domingo eu quero mesmo é celebrar a vida compartilhada e a chegada de um novo tempo, sob as bençãos de Clara Nunes, esteja ela onde estiver.

O sol há de brilhar mais uma vez
A luz há de chegar aos corações
Do mal será queimada a semente
O amor será eterno novamente

*

Foto: Reprodução/ Karilayn Areias

*

Curta: Facebook / Instagram