Faltando menos de 20 dias para o primeiro turno das eleições no Brasil, quando o eleitor deverá escolher cinco nomes no ato da votação, o ambiente é totalmente atípico de tempos passados. Apesar da importância do pleito, quando serão eleitos o Presidente da República, Governadores dos Estados, senadores (um por cada unidade da federação) e ainda deputados federais e estaduais não se observa clima de campanha nas ruas.
A poluição visual e a sujeira nas ruas, comuns até a virada do milênio, foram substituídas pelas ações nas redes sociais. Se por um lado é bom, em contrapartida, passamos a conviver com as famigeradas Fake News. É um nojo essa apelação. Me lembro de uma dessas armadilhas, que é utilizada – via de regra – por quem não tem proposta e o que apresentar, me foi encaminhada por pessoa amiga. Na melhor das intenções, procurei minha antiga colega de trabalho, mostrando e comprovando que era fake. Ao final, ouvi, “que pena adoraria se fosse verdade”.
Vale dizer, boa parte dos eleitores participam do processo eleitoral como se fosse torcedor de um time de futebol e não com a intenção de avaliar propostas e escolher o melhor para o Brasil e os brasileiros. Em meio a esse conflito, o que mais me tem chamado a atenção, são as pesquisas eleitorais. Existem institutos sérios e outros que atendem aos interesses da facção que o contratou ou dos candidatos de seu interesse. E isso vale para todos, notadamente quando a eleição fica polarizada como essa de 2022. Tanto a presidencial quanto – no nosso caso – a de governador. Existem estados com mais de dois candidatos embolados e indefinidos.
Refiro às pesquisas, pois todos os dias recebemos uma enchente de informações, algumas bastante contraditórias. Entre os principais institutos, no caso o IPEC (sucessor do IBOPE) e Datafolha, são os mais tradicionais nesse trabalho no nosso país. Em termos regionais, existem outros menores, que também podem ser considerados confiáveis. Mas, sistematicamente, aparece um ou outro que – eleitoralmente ao interesse do contratante – divulgam números que não batem com a realidade e o resultado oficial sempre comprova essa fraude.
Agora, nada diferente do que acompanho desde os anos 70, percebo torcedores de candidato que não reage a cada nova pesquisa, contestando e até insinuando denunciar aquilo que contraria a torcida pelo seu lado favorito. Vale nos dois casos e para os dois lados, reitero, presidente e governador. A cada nova divulgação, confirmando números anteriores e – até já ocorrendo – a consolidação e ampliação das intenções de voto tenho recebido, leio e ouço, um resultado em contraponto. Junto afirmações como “a virada está acontecendo”.
Ai vem uma nova pesquisa de institutos idôneos e o lado que está em desvantagem divulga sua descrença e desconfiança. Como se as pesquisas para presidente e governador, só tivessem valor quando os números interessam ao lado que torcem. Vi gente contestando pesquisa de Minas Gerais e aplaudindo a nacional da mesma empresa. Igualmente e em contrapartida, na mão contrária, ouvi de apoiadores de outros candidatos considerando a de governador correta e protestando com a presidencial.
Na verdade, desde os bons tempos de eleições que contaminavam os grupos de apoios de candidaturas com comícios, passeatas e carreatas, o resultado que interessa mesmo é o das urnas no dia da eleição. E nesse caso, o Brasil é pioneiro, diferente daqueles tempos que ficávamos dias e até mais de uma semana, o resultado é imediato e o vencedor é proclamado no mesmo dia. Graças à segurança das urnas eletrônicas. Se houver segundo turno, além do dia 2 de outubro, também no dia 30 do mesmo mês, voltamos às urnas para eleger definitivamente chefe do Executivo. Para o Legislativo, com pesquisas mais imprecisas, a definição dos eleitos será na primeira rodada.
Que elejam os melhores! Já tenho minhas escolhas, espero que sejam todos eleitos, mas ocorre de ter candidato derrotado. Assim funciona a democracia. A maioria decide e quem ficou de fora, que aguarde quatro anos numa oposição sadia e não nessa maluquice agressiva de tempos recentes. Sem aquela, caso nossos preferidos sejam preteridos, de dizer que o eleitor não sabe votar. Respeito ao resultado.
Vc não conhece só de futebol. Sua observação do momento eleitoral é precisa.
Penso eu que o brasileiro precisa participar mais da vida política, não discutindo com quem tem pensamento ideológico diferente, mas procurando conhecer a política em si. Vejos muitos criticando o congresso, dizendo que precisamos renovar o congresso, que não deixam o presidente trabalhar, ” se gritar pega ladrão…” mas na hora de votar votam em candidatos do centrão, que não pensam na nação, e sim, somente no seu próprio umbigo. Como esperamos mudar o Brasil, o congresso, votando em candidatos do centrão, em que o único compromisso deles é com seu crescimento individual em todas as áreas. Devemos votar em candidatos que estão em partidos que têm ideologia, e que possam negociar no congresso ideias e não como gastar orçamentos secretos.