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O triste rebu eleitoral de 2022

Eduardo de Ávila

Estamos hoje a exatos 54 dias das eleições – em primeiro turno – para presidente, governador, senador e deputados (federal e estadual). Tomara que tudo termine nessa primeira rodada e com eleitos que representem os verdadeiros anseios populares. Aguentar um eventual segundo turno, quando parte dos atores do processo, optando pelos delírios que estamos presenciando será duro.

Aprendi, desde cedo, vencendo ou perdendo a respeitar o resultado eleitoral. Já militei partidariamente, tive mandato e fui suplente (diga-se, na enésima colocação), vivenciei intensamente grandes momentos da vida política nacional, no meu Estado e nos dois municípios que tive o privilégio de residir. Nascido em Araxá, onde fui vereador, resido tem mais de dois terços da minha existência em Belo Horizonte, que me honrou com uma boa votação e ainda me presenteou com o título de cidadão honorário. Portanto, esses dois municípios, de Minas Gerais e do Brasil, me privilegiaram em acompanhar grandes momentos da História.

Desde criança, com meu pai, fazia boca de urna no distrito de Argenita que fica no município de Ibiá. Tão logo completei 18 anos, com o título nas mãos, procurei o diretório do MDB em Araxá e me filiei. Na ocasião eram apenas dois partidos. A Arena, que era governo e conhecido “manda brasa”, de oposição. Papai, extremamente conservador, quase me deserdou. Daí pra frente, ativamente, participei de grandes momentos da redemocratização  atualmente tanto ameaçada por forças retrógradas que estão assanhadas desde 2013. Passei pelas Diretas Já, eleição de Tancredo pelo colégio eleitoral e todas as eleições desde 1966.

Pois bem, assistindo – em distância relativa – os movimentos do pleito deste ano, algumas coisas me chamam a atenção. Trabalho com um deputado estadual, estou na Assembleia tem quase 30 anos em cargo de assessoria, e venho me ocupando com questões internas de gabinete e – evidente – com sua campanha de reeleição. Fora isso, nos demais cargos em disputa, tenho cá minhas preferências e justificativas, mas tento ficar distante.

Dias atrás, dizia que tinha meus cinco votos definidos, eis que depois das convenções apenas três seguem consolidados. Tiraram meu senador preferido da corrida (manobras de bastidores) e o federal – como em tempos passados – sigo oscilante. Diante disso, já sei em quem voltar para a Assembleia (afinal, coincidentemente é também Galo, então é Caixa) – o conheço e confio nele – e ainda definido meus votos para presidente e governador.

Para a eleição presidencial, onde espero que o Brasil retome seu bom caminho, existem 12 postulantes, sendo que dois são protagonistas – Lula e Bozo – e os demais embora Ciro e Tebet tenham mais visibilidade, são todos figurantes. Já para o governo do Estado, além de Romeu Zema, existe ainda a candidatura do Alexandre Kalil e figurantes como Viana, Pestana e outros de menor visibilidade.

Se pesquisa ganhasse eleição, poderia se afirmar que Lula e Zema tomam posse em 1º de janeiro, mas ainda – embora o tempo seja curto – tem muita água pra passar debaixo da ponte. Se as duas campanhas não errarem muito, e numa delas o abuso e desdém a aliados e ao próprio eleitor tem ocorrido de maneira juvenil, essa tendência deverá ser confirmada. Tem muita gente desconhecida tentando se projetar usando o debate eleitoral para aventuras no futuro próximo.

Já com relação aos nomes para o Senado, quem já teve Itamar Franco, Tancredo Neves, Camilo Nogueira da Gama, Eliseu Resende, Francelino Pereira, Gustavo Capanema, Artur Bernardes, Benedito Valadares, Milton Campos, João Pinheiro, Ronan Tito, José Alencar e tantos outros, agora ao ver nas opções nomes de Cleitinho, Silveira e Aro como os principais concorrentes é deprimente. Fruto das péssimas conversas dos cientistas políticos da atualidade. A média de idade numa salinha desses engenheiros – que mais parecem novilhos precoces – não passa de 30 anos. Tristeza danada!

E assim caminho(amos) para a rodada decisiva e escolhas para mais quatro anos.

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