Registro aqui, sem a intenção de fazer julgamento, mas pelo meu sentir sobre fatos recentes que – pelo conhecimento através do noticiário – deixam estarrecidos a nós cidadãos comuns sujeitos à Justiça dos Homens. Não bastassem as condenações e massacres públicos da impiedosa rede social, que denigre reputações condenando inocentes e até provocando atos de extrema violência, presenciamos a decisões que entristecem e deixam a sociedade descrente com o futuro do Brasil e do mundo.
Trarei dois casos, meramente ilustrativos, para nossa prosa desta terça-feira. Embora ambos tenham relação com o meu time do coração, no caso o Galo, nenhum deles tem a intenção – como pode ser observado – em defender as cores Atleticanas. Ao contrário, mostrar que – ao que presenciamos – a Justiça em determinados casos é seletiva.
Vejamos. Em 2019, logo após o término de uma partida entre o Galo e o então rival mineiro, alguns torcedores – conforme vários vídeos viralizados por essa mesma rede social que questiono – agrediram seguranças do Mineirão com manifestações de racismo. “Olha sua cor”, “macaco” e outros mais comuns como “sua mãe”, “bostas” e acabaram processados e absolvidos pelo TJMG em sentença arquivada definitivamente.
A defesa dos réus, conseguiu através de perícia técnica, adicionar ao processo em questão que os seguranças ofendidos foram chamados de “palhaço” e não de “macaco”, conforme os vídeos mostravam na ocasião do fato. Com isso, na sentença que absolveu os dois indiciados – conforme foi divulgado – quase que sugere uma ação contra os seguranças. Está lá, conforme apurado pelos veículos de imprensa, que agiram em “justificável ira dos réus”. Pois é: “ce la vie”.
Já na Justiça Desportiva da cbf, onde o stjd implacável com alguns clubes e coniventes com outros, encontrei três casos – se não similares acredito que os dois últimos muito mais efetivos que o primeiro – que receberam tratamento diferenciado. Pela terceira rodada do Brasileiro, o jogador Hulk do Galo foi advertido com cartão amarelo pelo árbitro em partida frente ao Coritiba por uma jogada ríspida.
Até ai tudo normal, não fosse a douta procuradoria do stjd oferecer denúncia que levou o atleta a julgamento. Foi absolvido, mas enfrentou o tal tribunal por duas vezes, uma vez que houve recurso da mesma procuradoria. Esse sim, afirmo que é um tribunal discricionário e que atua em benefício dos clubes do eixo RJ/SP ao longo dos anos. Historicamente assim age a cbf, esse stjd e até mesmo muitas arbitragens em campo.
Pois bem, ao que interessa, na semana passada quem pode assistir ao jogo entre o sempre protegido Flamengo e Paranaense, ficou chocado com dois lances de agressão de atletas cariocas. Gabriel e Arrascaeta, em jogadas distintas, agrediram adversário e mereceram tão e somente o cartão amarelo pelo afastado árbitro de campo – com a conivência do VAR (ambos punidos pela vergonha, mas existem outros casos absurdos e similares que não são sequer advertidos na arbitragem) – na partida. Oferecida uma representação do time paranaense, essa douta procuradoria – que denunciou Hulk – sugeriu o arquivamento e justificou que os dois atletas do time carioca foram punidos com cartão amarelo. UAI, doutor, mas o Hulk também foi e houve denúncia. “Ce la vie”.
Ao que sinto, os conceitos e princípios – morais e/ou éticos – estão passando por profundas alterações. E pra pior! Mundo vasto mundo, diria Drummond no poema de Sete Faces. Ou devasto?
Eduardo de Ávila Depois de cinco meses sem uma gota de água vinda do céu,…
Silvia Ribeiro Tenho a sensação de estar vendo a vida pelo retrovisor. O tempo passa…
Mário Sérgio No dia 24 de outubro, quinta-feira, foi comemorado o Dia Mundial de Combate…
Tadeu Duarte tadeu.ufmg@gmail.com Depois que publiquei dois textos com a seleção de manchetes que escandalizam…
Wander Aguiar Para nós, brasileiros, a Tailândia geralmente está associada às suas praias de águas…
View Comments
Quem é o procurador do STJD?