O último ano da infância

Taís Civitarese

Amanhã, iremos ao pula-pula da Mônica. Com direito a lanche e brincadeiras no pacote. Lucas fará 10 anos em breve. Não sei até quando ele se interessará por semelhante aventura no shopping.

Daqui a poucos meses, imagino, terei que me desdobrar: programas infantis para o mais novo, diversão adolescente para o maior. Nas próximas férias, pode ser que esse tipo de passeio de irmãos perca a graça. Não sei…

Com dois meninos, houve um tempo em que as diversões se misturavam. Tinham pouca diferença de altura e eram igualmente curiosos. Confesso que os levaria para pula-pulas para sempre. Ou para aqueles brinquedos cheios de canos e escorregas.

Não sei o que vem pela frente.

Minha asa se torna pequena para tanta mudança. Não é só a idade. O tamanho, o número do sapato, a aparência. Em breve, os interesses.

Não posso fazer nada. Quem consegue segurar o tempo? Mania estranha que tenho de não renovar a pilha e nem dar corda em relógios.

Mãos porosas não seguram nada. Eles vão pular e pular cada vez mais alto. Pular em direção à vida. Saltar aleatoriamente enquanto vigio sapatos e sacolas. Atenta aos movimentos mais bruscos e com um leve respiro para ler minhas notícias.

Assim é a vida. Assim foi com as piscinas de bolinhas, com os playgrounds de bebês e cercadinhos.

Amanhã, mais esse “salto” de desenvolvimento…

Mãe não tem sossego. Tudo é feliz e triste. É ver crescer e ter saudade. Alegria e nostalgia juntas. Um pouco de medo. Mas importante é brincar no último dia das férias.

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