Meu avô materno foi a pessoa mais delicada e educada que conheci – alto, elegante, de voz baixa e sorriso largo. Assim é a memória que tenho dele. Recentemente recebi um telefonema de um primo distante solicitando algumas informações sobre ele. Queria saber mais e diz que ele foi um vendedor da cachaça que meu avô fabricava. A mesma tinha um curioso nome: “Meu Consolo é Você”.
O primo acrescentou outros adjetivos ao meu avô José Honório os quais não estavam claro para mim – “inovador”, “além do seu tempo”, “possuía até uma moto, o que era inovação para sua época”.
Sua fazenda nas “Grotadas” – região no centro oeste de Minhas Gerais – era auto sustentável, possuía luz elétrica com a geração de energia de sua própria usina; telefone daqueles primeiros e movidos a manivela. Lá produzia açúcar para seu sustento, carnes, verduras, legumes, arroz, feijão, enfim de um tudo. Os doces de frutas eram manjares dos deuses e vovó possuía compoteiras lindas e coloridas, imagens vívidas que tenham até hoje. Também, havia o quarto dos doces de goiaba, eram muitas barras empilhadas dessa iguaria.
Mas, nossa história é a do relógio. Hoje, minha família acordou com as conhecidas badaladas de nosso relógio histórico. Herança que habita nossa casa por mais de quarenta anos. Reza a lenda que é alemão e que a fábrica foi destruída na Primeira Guerra Mundial. Resolvi saber mais e pesquisar se era causos familiares ou ditos legítimos.
Achei a pista na chave que dá corda para seu carrilhão de tocar e bater as horas. Investigando achei que é da fábrica Junghans. Alemã sim e seu símbolo é uma estrela de oito pontas com um “J” bem grande e o restante das letras no centro da estrela, símbolos da marca desde 1890, anteriormente era uma águia. Fora da estrela e na parte inferior está escrito Wurttemberg , que é um território histórico do sudeste da Alemanha. Região de reinos no passado e da conhecida Floresta Negra, que encanta turistas.
“Após a primeira guerra o relojoeiro da Floresta Negra parecia ter chegado ao fim com o desmonte da fábrica de relógios, mas sob comando do bisneto Helmuth Junghans, o trabalho de reconstrução foi iniciado.”¹
Agora, minha curiosidade é de como esse relógio fabricado lá nos confins da Floresta Negra alemã veio parar nas Grotadas no início do século XX.
Vovô e suas façanhas!!!
¹ https://saconirelojoeiro.com.br/2014/04/24/relogios-junghans-historia/
Wander Aguiar Lembram do churrasco na Palestina? Pois bem, esqueci de apresentar um personagem inusitado…
Sandra Belchiolina sandra@arteyvida.com.br Voo, Voa, avua, Rasgando o céu, Voo no deslize. Voo, Avua, Rasgando…
Daniela Piroli Cabral contato@dnaielapiroli.com.br Hoje, dia 20 de Novembro, comemora-se mais um dia da Consciência…
Eduardo de Ávila Assistimos, com muita tristeza, à busca de visibilidade a qualquer preço. Através…
Silvia Ribeiro Nas minhas adultices sempre procurei desvendar o processo de "merecimento", e encontrei muitos…
View Comments
Excelente, historia... Um avô inovador para sua época! "Grotadas, local abençoado"...
Uma pena não ter fotos das "Fac
Anhas" deste seu avô....
Seu avô era um curioso...lia muito e devia dominar bem notícias em francês e outras línguas...
Adoro esse relógio principalmente o som das badaladas. Obrigado por resgatar um pedaço dessa história.
Amei o relógio e sua história, Sandra. Meu pai tinha relógio que marcou nossa memória afetiva.