Leānder Quadragesimae
Tenho a sensação de que cada um de nós nasce com fome de alguma coisa. Alguns tratam isso como missão ou objetivo, mas por algumas particularidades, não é este o tema abordado hoje. Estranhamente, estava navegando pelo Instagram e entrei no perfil de uma pessoa que todos consideram extremamente amável. Esta pessoa, talvez pela minha ótica enviesada, exala amor (ou a necessidade de ser amada o mesmo tanto). Nesse sentido, acompanhando-a e participando de alguns momentos de sua vida, notei que mais do que uma missão, é como se existisse um desejo tão grande – do âmago – de viver um amor bem vivido, que todas as memórias que cultivei em relação a essa pessoa (aqui carinhosamente chamada de Tati), se transformaram em momentos que, curiosamente, Tati buscava se saciar.
Não sei se essa minha nova teoria faz sentido, não sei se esse desejo que carregamos em nós é saciável. Também não tenho o mínimo conhecimento se é esse o quesito que Deus avalia para evoluir nossas pobres almas ao Paraíso. Todavia, foi nesse pensamento que eu entendi que os caminhos que percorro, os objetivos que traço são, no fim, tentativas – às vezes vãs – de saciar minha fome. Tati parece, enfim, ter encontrado o que por vezes ela me confidenciou tanto querer viver e confesso que, por causa dela, entendi o que carrego dentro de mim (bom, pelo menos acho). O curioso é perceber que por vezes fui atravessado com estímulos para perseguir aquilo que não era meu, por causa da fome que alguém ainda tentava entender como matá-la (ou pela frustração de nunca ter conseguido). E é ainda mais interessante notar que por vezes estamos perdidos em objetivos que não nos alimentam em nada.