Sandra Belchiolina
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Impossível não acompanhar a novela que o Governo Federal enredou sobre a liberação da vacinação contra o coronavírus, das crianças de cinco a 11 anos, sem associar ao negacionismo que o filme “Não olhe para cima” aponta.
O longa ocupa discussões por vários grupos, tribos e/ou bandeiras. Já li relatos até de influenciadores que se denominam feministas com enfoque na mulher e a sociedade à outros direcionados a empresas com suas visões de de planejamentos e objetivos. Enfim, está dando o que falar.
Ao meu ver, a sátira maior está justamente naquilo que, nós, brasileiros, conhecemos muito bem – o negacionismo que o governo, seus seguidores e os grupos de investimentos de capital e tecnologia usam para negar uma realidade, influenciando uma grande massa desprovida de senso crítico. Essa alienada na fantasia do grande salvador, negando o que a ciência informa.
No Brasil acompanhamos outra aberração do atual governo, que mesmo com as recomendações da OMS – Organização Mundial de Saúde e da nossa Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – que orientavam para a vacinação desse grupo, ele tentou não liberá-la. Foram vinte dias postergando a vacinação delas. Atraso na imunização significa mais doentes, mais mortes, mais sofrimento.
O filme referido nos remete esse Real brasileiro, esse “carnaval” feito por dirigentes que estão pouco preocupados com a vida humana e de outros seres vivos.
Passaram-se vinte dias até esse momento que escrevo e até consulta pública houve. Ainda bem que o povo está mais alerta. É sabido que o homem, para viver em sociedade, precisa de limites, mas não de prisão de raciocínio, de visão limitada pelo medo, pecado que acarreta na aniquilação do sujeito.
Hollywood colocou o título, não sei se num ato falho, com uma negação “Não olhe para cima”. Considero que o título correto seria “Olhe para cima”, visto no que representa o grupo com essa mensagem na película.
Para nossa crianças e para nós deixo o pensamento de Ailton Kreak em “Cartografias para adiar o fim do mundo”:
“Nós não podemos nos render a essa narrativa de fim do mundo. Essa narrativa é para nos fazer desistir de nossos sonhos”.
Bons sonhos para vocês em 2022 e vida afora!
Olhando para cima, claro!
E as urnas nos esperam esse ano!
Nós pais precisamos lutar pelas nossas crianças, defendê-las da crueldade que às vezes os adultos mais poderosos tentam impor sobre as crianças ingênuas e indefesas
Muito bom! Não vamos desistir dos nossos sonhos e vamos acreditar num novo tempo protagonizado por nossas crianças de hoje.