(Texto original publicado em 06 de Novembro de 2019).
Novembro chegou e é tempo de sensibilizar os homens para o cuidado com a saúde, especialmente em relação a prevenção do câncer de próstata, durante a Campanha Novembro Azul.
Ano passado, eu já tinha escrito sobre o porquê os homens não vão ao médico, e acho importante voltar a esta temática principalmente em relação à saúde mental masculina.
Na minha prática clínica, apenas cerca de trinta por cento dos pacientes são homens. Geralmente são as mulheres que percebem mais seus sintomas e procuram ajuda. A psicoterapia acaba sendo um campo do feminino.
Já recomendei o documentário “The Mask You Live In” no post anterior e hoje quero recomendar o documentário brasileiro “O silêncio dos homens”, com direção de Ian Leite e Luiza de Castro, que é indispensável para qualquer profissional da saúde que lide com a população masculina e também para qualquer homem que “sofra calado”.
Os dados apresentados lá, são, no mínimo, interessantes: “7 em cada 10 homens não falam sobre seus maiores medos e dúvidas com os amigos”.
Ou seja, os homens não costumam externalizar seus sentimentos e, consequentemente, recebem menos suporte social quando necessitam.
O documentário aborda brilhantemente toda a construção social de um estereótipo do que baliza o “ser masculino”, inclusive com recorte de raça e classe social, fundamentais na nossa diversa, miscigenada e desigual sociedade brasileira.
Além disso, aborda também os impactos psicossociais da “masculinidade tóxica”: violência doméstica, ausência da paternidade responsável, o ser hétero, e a auto agressão, levando a até suicídios masculinos – sempre com mais chance de letalidade que os suicídios femininos.
Dessa forma, vemos como a construção e a manutenção de uma cultura machista acaba sendo nociva não só para as mulheres, mas também para os próprios homens, muitas vezes privados de externalizar suas vulnerabilidades de maneira verdadeira e fora de um repertório psicossocial estreito e muito limitado do que “é ser homem de verdade”.
Por fim, é relevante falar sobre as rodas de conversas masculinas, importante instrumento terapêutico capaz de potencializar o processo de mudança.
Vale a pena cada um dos sessenta e poucos minutos. Para homens e mulheres.
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