Desistir de controlar qualquer parte do meu dia tem sido uma tarefa árdua. Nesses vinte anos de vida, de forma inconsciente e consciente, venho fazendo muito esforço para não perder o domínio sobre o meu universo. De certa forma, esse processo é a desconstrução desse conhecido “ego” e de acreditar que somos mais importantes do que parecemos ser. Em tese, não há outra forma de viver se não aquela em que se veste o papel de ser você mesmo. Todavia, isso não significa estar incumbido de ser Deus.
Na última semana eu colapsei. Não digo colapso de uma maneira teatral, mas a sensação foi de estar com a mente completamente desgovernada. Nesse sentido, eu percebi que não havia atitudes que eu poderia tomar que devolvesse um pouco daquilo que eu sinto que foi tirado de mim. E se você me perguntar: “O que foi tirado de você, Leandro?” eu vou dizer que não sei. Essa completa falta de controle me levou a fazer algumas coisas que apesar de engraçadas, foram atos de desespero.
Abrir o guarda-roupa e jogar todos os itens no chão (literalmente como um doido) e arrumar vezes e vezes, lavar o óculos no mínimo sinal de sujeira, organizar os aplicativos do telefone de acordo com alguma lógica, entre outras pequenas ações. Isso tudo ao mesmo tempo que as tarefas mais importantes continuavam na minha agenda, paradas, me observando. Não sei explicar qual foi a sensação de me ver assim, talvez por meio de uma pobre metáfora eu consiga descrever: é como se eu estivesse guiando um carro, percebendo que ele está dando sinais de falha, e por conseguinte, perdendo o controle do volante aos poucos. Só que o carro está parado.
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