As discussões que surgiram sobre a retirada das redes sociais da adolescente Nina Nunes, por sua mãe, abriram novo alerta sobre a influência dessa comunicação/informação. Principalmente o que elas provocam em danos mentais e corporais na criança e adolescente. O fato viralizou por Nina ter quase dois milhões de seguidores e esses sentirem sua ausência on-line. Também no consultório observo esse questionamento e nessa semana uma paciente relata sobre sua decepção com uma influencer, a qual denominava-se fã. Podemos pensar que o uso de tais canais de comunicação está caindo num tipo de exaustão? Um senso crítico consistente está sendo constituído?
É sabido que a internet virou uma bomba para os pais e cuidadores. O silêncio das palavras e dos movimentos reinam quando as crianças estão defronte à telinha. Também, para esse mundo mágico e que muitas vezes distorce a realidade são necessários: limite de tempo, de exposição visual e o conteúdo visualizado precisa de supervisão dos seus responsáveis. Nunca foi fácil dizer “não” para eles, mas é necessário quando preciso para que tenham uma boa saúde mental. Para que tenham diversas interações com outras crianças ou adultos onde experimentam o corpo em movimento. Estudos comprovam aumento de irritabilidade e falta de sono para aqueles que ficam expostos por longos períodos do dia.
A educação dos filhos requer trabalho, demanda observação, diálogo e tempo. Podemos pensar que a médica Fernanda Rocha Kanner deseja o melhor para sua filha e que ela cresça com “conteúdo”. Isso faz parte do papel daqueles que escolheram ser mães e pais. Há um ditado que diz: “ter filho é fácil, educar é que são elas”. E assim, o controle sobre as redes sociais é o novo desafio desta geração.
E a crítica sobre conteúdo, falsas imagens? Muito bem formulada pela paciente citada e que expresso sobre a influencer: “vive para os outros”. Relata que pode perceber de perto a pessoa que considera muito legal – deve ter uma breve convivência. Relata sobre a falsidade da imagem que passa nas redes sociais e aponta: “nem usa muitos dos produtos que apresenta para cuidar do corpo”. Que é bruta e mal humorada com o marido e familiares. E continua: “acredita que chegou na casa da irmã, pegou uma caixa de chocolate dela e postou como se o marido lhe tivesse presenteado. Ela não tem vida própria, fica 24 horas no celular”, só pensa nela. Pudemos conversar sobre esse novo canal de marketing, mas aponta sua decepção com a falsa imagem da blogueira. Apresenta sua crítica a esse desmonte da imagem da qual era fã e que percebe ser muito diferente ao lidar com a realidade e seus problemas.
Os pais vivem esse novo e necessário desafio ao educar suas crianças: impor limites para uso da internet. E nós, adultos, de não sermos enganados com falsas imagens e propostas. Que sejamos mais críticos e observadores com relação ao uso de uma ferramenta generosa e que nos colocou interligados, mas perigosa. Mas bom que os pais saibam que o inimigo da saúde de seus filhos está em casa e é silencioso.
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