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Vivendo e superando os dissabores

Foto Reuters / EM
Eduardo de Ávila

Apesar de tudo, a vida é bela. Não bastasse a pandemia mundial e nosso infortúnio nacional – conviver com o vírus e o verme simultaneamente não é para os fracos – enfrentamos ainda os desafios da vida moderna e virtual. Tem tempos que isso vem me incomodando, mas o verme não me permite usar o espaço para essas considerações.

Culpa dele, de seus arroubos tresloucados e de seu entorno – desde familiar, assessores e seguidores – que nos proporcionam delírios diários. Alguns motivam risos e piadas e outros reações de indignação que jamais imaginei ter de conviver. Dias atrás, na fila do banco – com todo o distanciamento que o momento exige – não tive como dissimular e caí no riso pelo discurso de uma senhorinha indignada com cerco ao seu mito. Típica fake cristã! Que triste!

Não tanto horrível como combater ao genocida, enfrentamos – creio que muitos entre nós – a desconfortável invasão virtual pelas redes sociais. Desde ligações até em nossas páginas pessoais, onde sem qualquer pudor nos fazem vítimas de toda artimanha comercial e da bandidagem.

Acostumados já estamos com ligações – entendidos afirmam que partem de dentro de penitenciárias – dando conta de sequestros e parentes ou amigos que estragaram carros e precisam urgente de dinheiro. De um bom tempo pra cá enfrentamos estabelecimentos bancários, empresas de telefonia e outros nos “brindando” com suas promoções.

Sobre essa do sequestro, como tenho duas filhas mulheres, o imbecil me ligou com seu comparsa – um rapaz – chorando e me chamando de papai. O titular do golpe pegou o telefone e lançou a ameaça para enviar o dinheiro urgente. No que eu respondi para “dar uma boa surra no garoto”, pois ele estava me dando muito trabalho.

Bolsonaro entra na lista mundial de ‘predadores da liberdade de imprensa’ – Foto: RSF/ reprodução / EM

O marginal então riu e ainda confessou que muitos caem nesse golpe. “Sabe como é”, comentou o descarado. O princípio básico para evitar essa tramoia é nunca dizer o nome do suposto filho, amigo ou quem quer que seja, pois a bandidagem pega a gente desprevenido e tudo fica muito real. Até a voz a quem cai no golpe passa a ser original. Vale para os sequestros, o golpe do carro estragado na estrada e outras ações desse tipo de marginais. Ah, nunca atualize seus dados cadastrais por mensagem ou e-mail que receber, consulte seu gerente.

Como se não bastasse, empresas financeiras e de telefonia – com a legitimidade que não confiamos a qualquer uma delas – invadem nosso dia a dia com ligações ou mensagens oferecendo crédito, cartão, planos e tantas vantagens que ninguém está à procura. Por mais que se solicite a tirar seu número daquela lista de clientes potenciais para evitar a incômoda insistência, diariamente, te ligam da mesma operadora.

A Claro, de telefonia, todo dia me liga através de robôs, e então optei por deixar avançar até chegar num operador humano. Já fiz isso algumas vezes e imploro para que me tirem da relação de pretensos clientes. Prometem e no dia seguinte outra ou outro vendedor liga com a mesma conversa. Cartão BGT, Neon, PAN e até gasolina com desconto não param de chegar. Nem tenho carro, pois optei por usar aplicativo tem mais de ano.

Essas mensagens e ligações, geralmente em horários inconvenientes, nunca têm fim. E, para não me tornar tão chato quanto esses invasores, fecho dizendo que até a Uber – que foi o aplicativo que elegi para meus deslocamentos – também está deixando a desejar. Demorando e com motoristas cancelando o atendimento depois de deixar esperando por 20 a 30 minutos. Mas, como no caso da telefonia que uso que é a Vivo, ambos são os menos piores entre todos. São também péssimos. Ô trem difícil!

Em tempo: pra não ficar tanto no campo das lamentações, no final de semana tive um momento de euforia. Amanhã, quarta-feira, dia 7 de julho, conforme anunciado na última sexta, vou tomar minha segunda dose pra tentar virar jacaré.

Da primeira vez não funcionou, vamos ver desta agora. O que era para ser uma situação de rotina virou motivo de comemoração e emoção. Vacina é obrigação do governo, mas o genocida provocou toda essa situação. A minha será da Astrazeneca, que o gado tome covaxin.

*
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