Sem rumo e desgovernado

Sem rumo e desgovernado – Foto: EM/UAI
Eduardo de Ávila

Tenho até me esforçado, acreditem ou não os que me condenam, por buscar temas diferentes dessa mesmice de criticar o eventual governo brasileiro. Mas – ele e defensores –, e suas reações do dia a dia sugerem não tirar o olhar desse desgoverno, jamais vivido na História do Brasil. Nossos tempos têm sido de muita angústia e sofrimento com crises sanitária, econômica, social e moral.

Não posso aceitar o argumento de alguns defensores desse “coiso”, atribuindo à pandemia toda essa nossa desgraça. Antes mesmo de ela chegar ao nosso cotidiano, a sanha desumana dessa gente já havia colocado suas garras para fora. Reformas, exclusivamente, para atender ao capital e punir o trabalhador de carteira assinada. Direitos retirados e benefícios dados a outros, como no caso das igrejas que dão sustentação ao governo federal.

Sistematicamente, e nisso somos muitos os que permitem, desviam temas importantes para absurdos com a intenção de tirar o foco das aberrações em curso na administração federal. Velhacos e mal intencionados. Nesse terceiro ano de desgoverno, já acumulam incontáveis prejuízos ao Brasil e aos brasileiros.

O tiro – da grande mídia e suas intenções capitalistas – saiu pela culatra. Desde o início da década passada, com os avanços e conquistas da classe trabalhadora, os exploradores da mão de obra articularam a queda de um governo que privilegiava o social (não disse socialista e nem comunista, caro analfabeto funcional), mas erraram na dose e elegeram isso. Agora, todos nós estamos pagando caro por essa ação nefasta do conservadorismo.

Sem rumo e desgovernado – Foto: EM/UAI

Nos últimos tempos, aqueles conhecidos radicais – que transitam perto da gente – vem reconhecendo a merda que fizeram. Descobriram que o comércio está fechado, que não tem evento com público (festa, shows, futebol, cinema), que a economia está falindo, que a vida está fora da normalidade e até que o capital só existe graças à mão de obra do trabalhador. E admitem que a responsabilidade esteja nisso que ajudaram a eleger com o discurso de “vamos tirar!” Taí o caos previsível.

Nem assim, nossa imprensa acorda. Sábado último, em todo o Brasil, pelas imagens que circularam, vivenciamos o maior protesto contra um governo em meio a essa pandemia. Os principais jornais brasileiros privilegiaram temas de menor interesse em suas manchetes, se limitando a um modesto registro de chamada sobre as manifestações. Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo lotaram as vias públicas. Com o devido distanciamento sugerido a quem não nega o risco dessa doença.

Quem não acredita nela, desde o início, tratou como “gripezinha”, disse que “todo mundo vai morrer um dia”, não investiu em pesquisa e compras de imunizantes, até sugerindo “procura outro para pagar a tua vacina”. Como se não bastasse, ainda disse: “a pressa da vacina não se justifica” e continuou afirmando “toda e qualquer vacina está descartada”, “o presidente sou eu”, “se você virar um jacaré”, “vai comprar vacina, só se for na casa da tua mãe”. São tantas aberrações. Se foram diversos ministros e o fanfarrão seguiu em sua intenção macabra de colocar o brasileiro marginalizado no mundo todo. Vergonha! Vergonha! Vergonha! Desgoverno sem vergonha!

Ah! E nem falei sobre essa maluquice de Copa América no Brasil. Vamos aguardar o desenrolar. Vai ter Copa? E não tem vacina? Não vai ter Copa!

Em tempo: hoje à tarde, precisamente às 14hs, neste espaço vamos trazer um interessante texto da amiga Daniela Mata Machado. Ela, possivelmente, irá somar conosco nos posts de toda terça-feira no Mirante.

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View Comments

  • Quem não se posiciona,posicionado é,simples assim!
    Quando a mídia oficial_ está valendo observar a mídia independente q vem fazendo jornalismo de fato_ não solta a mão desta gente do "bem", é pq a coisa está realmente feia. Foi ela quem pariu o Matheus e continuará embalando; para ela a "escolha" continua muito difícil e pega mal brigar com a realidade. O pior cego é o q vê e o Brasil continua não sendo p amadores.
    Lamentável o q se tornou o País!

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