A Psicanálise resiste

Sandra Belchiolina
sandra@arteyvida.com.br

Inspirada pela foto que capturei de Zilda Machado, coordenadora do Fórum do Campo Lacaniano de Belo Horizonte, escrevo essa crônica para falar da psicanálise no tempo da peste.

Na foto Zilda está à luz de vela e com uma lupa fazia a leitura de parte dos Escritos de Lacan, estava sem energia elétrica. A imagem foi tirada na sexta-feira dia 21, durante os estudos da Miguilim – Rede de pesquisa de psicanálise & criança – mantida por Zilda e Heloisa Lasmar.

Foi um dia de luto devido à morte de Isabela Santoro, psiquiatra e psicanalista que muito contribuiu para o saber do inconsciente com seu trabalho sobre o autismo e a clínica da infância e adolescência. Simbolicamente velamos Isabela e Zilda manteve-se firme no seu desejo de transmissão. À luz de vela e velando seguimos…

Movimentos diversos surgiram para manutenção dos atendimentos e novos acolhimentos desde o início da pandemia. As escolas de psicanálise e os analistas reorganizaram-se para essa nova realidade. Os estudos e atendimentos on-line tornaram-se rotina desde o início de 2020.

O tempo era/é de emergências e a mobilização foi e se mantém intensa para que a escuta do sofrimento humano ocorra. Ou seja, para que ele possa manter-se vivo, produzindo no trabalho, no amor e no social.

As lives foram incorporadas e ampliou-se a divulgação de informações e suporte aos interessados na psicanálise, no saber inconsciente. Encontros, seminários, congressos e atendimentos passaram a ser frequentes pelas ferramentas do Zoom, Whatsapp, Google Meet e etc.

Mesmo com a ausência de psicanalistas devido à morte, a transmissão de seus saberes e pesquisas se perpetuam. Assim foi com Freud, assim foi com Lacan, assim será com Isabela Santoro. Seus textos estão aí, ao nosso alcance.

Isabela Santoro…

Isabela Santoro…

Isabela Santoro Presente.

Resistimos!!

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