Confiante que daqui pouco tempo – ainda que com algumas restrições – eu possa sair da clausura e ir ao cinema e jogos do time do meu coração; cafeterias, bares e restaurantes; academia e clube e tudo que a vida me sugere e permite. Aqui faço um balanço destes últimos 14 meses. Metade, no mínimo, em completo isolamento social, consequentemente longe dos prazeres publicáveis e impublicáveis.
Atento a minha saúde física e mental procuro sempre me cuidar, fazendo exercícios em casa e até arriscando algumas caminhadas em torno do quarteirão. Meus testes clínicos me sugerem confiar que tive bom comportamento. Recentemente passei por uma bateria de exames e recebi medalha das médicas que me acompanham. Sou feliz, elas cuidam bem desse impaciente paciente.
Apesar da comenda e registro dos resultados, algumas recomendações e pequenos desconfortos mereceram observações e advertências. Resumidamente, meu peso deu salto extraordinário. Para quem pesava 63, depois de parar de fumar (em 1994) foi para 68, já sem bebida (ano de 2001) atingiu 74, agora explodiu em 80 quilos. Urgente voltar pra academia e fechar a boca. Colesterol, o único fora dos padrões, ainda que minimamente. Ontem, segunda-feira, já dei início aos novos tempos.
O melhor, em meio a tanta confusão de informações e – consequentemente – exaustão mental foi que a overdose medicamentosa sinaliza pelo seu encerramento. Em média, com quatro a cinco remédios diários, cheguei a tomar 10 ainda que em curto período. Pois que, a não ser que a próxima médica recomende alguma nova droga, já nos próximos dias estarei reduzido a apenas dois por dia. Uma vitória, claro! Resultado, como todo bom time de futebol, da boa disciplina interna. Aprende comigo, Galo do meu coração!
Durante a pandemia, sem usar aquelas invencionices indicadas pelo capetão – o capiroto – me fiz valer dos meus cuidados pessoais, aliados a boa alimentação, água na medida e alguns aconselhamentos de produtos naturais. Todas as manhãs limão com própolis, castanha do Pará, xarope árabe (lá do mercado central), semente de abóbora, além de mel e muitas frutas no correr do dia. Nada de ivermectina, cloroquina, azitromicina, ozônio no reto e outras banalidades sugeridas por negacionistas.
Conheço, não de ouvir dizer, dezenas de pessoas que embarcaram nessa idiotice e mesmo assim contraíram a COVID. Pior, por mais que os tenha consideração, alguns ainda insistem em afirmar que essas drogas que têm inúmeros efeitos colaterais amenizaram a doença. Enfim, eu confio na ciência, ainda que a espiritualidade alimente o meu viver. Na verdade, ciência e espiritualidade – ao contrário da pregação dessa gente –, são complementares. Posso e talvez ainda seja infectado, mas terminantemente me recuso a qualquer tratamento sugerido por negacionistas, ainda que algum entre eles tenha CRM. Trato com a medicina e não com fanáticos.
Por fim, um fechamento de efeito colateral – leia-se sequelas – até das recomendações naturais. Minha idade já acima das seis décadas vem me sugerindo à terceira dentição. Quero dizer implante. Se pudesse trocar todos, juro que faria, ainda que nessa fase as peças sejam insensíveis. Morde nos lábios sem perceber.
Pois que, voltei ao dentista e contei a ele que o dente implantado estava dando choque. Impossível, me garantiu, mas segui com o desconforto. Parti para a segunda, terceira e tantas opiniões, até que alguém diagnosticou. A acidez do limão, meu azedo preferido e fiel parceiro da manhã, vinha causando a desmineralização do esmalte e agravando a sensibilidade.
Rio – sem risco de chorar, a vida sempre me foi muito prodigiosa até nos momentos mais desconfortáveis.
Sigamos, envelhecendo e envelhecido pós-pandemia, mas sempre agradecendo e disposto a aproveitar aquilo que Ele quer e espera de cada um de nós aqui na Terra. Harmonia, solidariedade, paz e alegria! Assim seja!
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Ehhhh...prezado! As vezes o que precisamos é apenas pegar leve com a gente mesmo. O resto passa, aliás; como diria Quintana:"tds esses q aí estão atravancando o meu/nosso caminho,eles passarão...eu/nós passarinho!"
Sigamos....