Boçalnarismo precisa ser freado

Eduardo de Ávila

Pretendia – já que me permiti, com todos os cuidados, tirar uns dias em Porto Seguro – comentar sobre o que estou percebendo na cidade. Lugares, evidentemente interessantes, com capacidade reduzida e respeitando o distanciamento recomendado. Beat Beach e Boa Beach, novidades a quem tinha tempos sem passar por aqui, estão impecáveis no rigor e cuidados necessários. Outros, antigos e tradicionais, proibitivos. Aglomeração sem qualquer restrição.

Pois que, distante da rotina e não desligado dos acontecimentos, me vejo compelido a insistir no bom combate ao desgoverno que presenciamos nos tempos atuais. Estamos seguramente vivendo os piores tempos de nossas vidas, talvez de toda a História do Brasil. Governados por um eventual e tosco presidente (minúsculo), um sujeito despreparado e desatinado, que coloca em risco a saúde das pessoas e o futuro do Brasil.

Somos, nação e brasileiros, motivo de chacota mundial. Ultrapassamos 200 mil mortes pela COVID aguardando a vacina que só agora foi liberada, e convivendo com o deboche oficial. Sem compromisso e com o uso de ações protelatórias, assistimos os povos do mundo todo se vacinando e buscando a imunidade coletiva. Só domingo, simbolicamente, demos andamento ao processo. A previsão de início da campanha de vacinação no país está para amanhã.

Temos na PR um imbecil, que dizia desejar 30 mil mortos, festejando as duas centenas de milhares com a doença avançando. E o que ouvimos desse ruminante e de seu gado? “Gripizinha, histeria, não sou coveiro, todo mundo morre um dia, invadam hospitais e filmem leitos vazios, cloroquina, bundão tem mais chance de morrer, ninguém pode obrigar a tomar a vacina, ficar em casa é para os fracos, vacina chinesa não transmite segurança, país de maricas, lamento as mortes e a vida continua“.

Isso seria terrível, mas tem algo pior. Existem pessoas que seguem esse pensar. Motivadas pelo ódio construído por uma imprensa que agora criticam, formam o rebanho disso que vivemos. Pessoas que me mereciam consideração, mas que o tempo mostrou que eram dissimuladas. São iguais ao seu líder. Das duas, uma, certamente. São idênticos, siameses; ou teimosos, obstinados e obcecados. Ou, mais triste, ambos. Doentes, desviados de qualquer sentimento de solidariedade e fraternidade.

Meus sonhos e desejos, pela ordem: vacina e um governante com responsabilidade para reunificar os brasileiros. Como foram os mineiros Tancredo (de triste legado) e Itamar. Que eram nacionalistas e conviviam com respeito a oposição. Isso é ser estadista. Não como esse bronco que condenou o Brasil e brasileiros à vergonha interna e externa.

Vacina, já! Ainda que tardia! Tô na fila!

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