O mar e sua interação com as pessoas continua sendo minha inspiração. Será que deveria mudar a ordem: as pessoas em interação com o mar? Para mim, ele é o elemento principal de Cumuruxatiba, então vamos dar prioridade as suas coordenadas. Hoje quero escrever sobre três cenas, três dias, três realidades femininas.
Inicio fora do cronómetro dos acontecimentos, mas diante da lógica do mar.
Encontrei-me com a pescadora quando caminhava pela vila dos pescadores, indo em direção a Praia dos Barcos. Quando passamos por um casal, minha amiga sinalizou que era uma dupla de pescadores. Passaram por mim e fiquei encantada. Nunca ouvira falar de mulher como pescadora profissional. Nesse dia, ambos vestiam camisetas rosa, e a sintonia do par era admirável. Virei para trás e queria tirar uma foto. Ponderamos, não era a hora.
Hoje dei sorte! Encontrei-a na praia desenrolando a rede de pesca. Pedi para tirar uma foto e contei-lhe que era a primeira pescadora que eu conhecia. Muito simpática, relatou parte de sua história e encantei-me mais. Chamou-me atenção seu corpo forte e musculoso. Vê-se que são de seu trabalho no mar, na pesca marítima.
Em outra caminhada, acompanho à distância uma mãe e seus dois filhos na beira do mar. A areia espelhada refletia o sol poente, era um daqueles momentos quando a terra, céu e mar estão em comunhão. Nos deleitamos com esse cenário e o acolhemos no peito. A mãe seguia na caminhada, ora abaixava e colhia algo da areia, talvez conchinhas – há muitas por aqui. As crianças brincam em volta. Pulavam daqui, dali. Era um casal.
O menino arriscava-se a pular as pequenas ondinhas. A menina ficava mais próxima da mãe, querendo o mar somente até seus pezinhos. Nosso caminhar foi compartilhado por essa beleza plástica oferecida pela natureza.
A moça flui, flui e dança para o mar. Com leveza e harmonia desliza e integra seus movimentos, tentando organizar suas emoções. No embalo da brisa e da música harmônica que escuta da barraca: baila. Lembrei-me da mitologia grega do Deus do Mar, das ilhas e de todas as ribeirinhas: Poseidon.
O Deus do mar está ali presente, e, também Afrodite. Ela que nascera da espuma (aphros) surgida no mar quando Cronos cortou os órgãos genitais de Urano e arremessou-os na água. Para momentos míticos em Cumuruxatiba, as lembranças de mitos afloram facilmente em nossas mentes.
Presenciei esses dignos movimentos das três mulheres e suas interações com o mar com leveza, paz e harmonia. O mar nos faz bem!
Axé para todos – energia, poder, força desde a Bahia!
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