Eduardo de Ávila
Havia feito um compromisso, quase um juramento, de que não voltaria a comentar tão cedo sobre o momento sanitário/político nacional. Mas o eventual PR não me ajuda. Assim como – ouvi de alguns que ainda insistem em apoiá-lo – que também a eles o cara não ajuda. A reunião e seu vídeo me forçam a descumprir meu propósito.
Diferente de algumas leituras, não me surpreendeu aquele histérico e frenético diálogo entre ele e seus auxiliares. O nível dessa gente e de seus seguidores é exatamente isso que assistimos na totalidade ou apenas recortes daquela pornografia institucional. Tipo de pessoa que não gostaríamos de receber em nossas casas, para um cafezinho com pão de queijo e bolo de fubá.
Um governo de toscos, que, felizmente, começa a despertar reação entre cidadãos de bem – que influenciados pela mesma mídia que é agora atacada pelo bolsonarismo – sinaliza um levante contra essa continuidade. Em apoio a isso, permanecem – claro – aqueles que amam defender o autoritarismo. Confundem isso com autoridade. Estamos no terceiro milênio e século XXI.
A repercussão daquela promiscuidade não se limitou à nossa imprensa nacional. Li em vários sites internacionais o receio que o Brasil e os brasileiros são aguardados no futuro. O “The Guardian”, Inglês, em chamada, diz “Governo Bolsonaro é mistura de desqualificados, lunáticos e perigosos”. O vídeo, deixou duas certezas: desmoraliza o governo e enterra Moro. Aquele guardão de valores duvidosos.
E observem, que por ordem do ministro Celso de Mello, o tema das relações internacionais foi abortado da divulgação. Sabemos o que pensam aqueles moços que servem ao mandato do Bozo. A cena do então ministro da Saúde ao lado do ministro do Meio Ambiente é hilária. Esse do Meio Ambiente, propôs, tá no vídeo, aproveitar a pandemia para “ir passando a boiada”.
O de Relações Exteriores, o analfabeto da desEducação que ataca o STF, aquela moça que teve um encontro com Jesus na goiabeira, tudo isso seria cômico, se não fosse tão trágico e devastador às futuras gerações.
Nem entro mais nos palavrões e absurdos ditos por essa gente, embora lamente que a TV de maior audiência tenha cortado partes do ministro da Economia. Por razões de interesse da empresa, claro! Sobre o Banco do Brasil, diz ter de “vender essa porra logo”. Sobre o congelamento de salário ao servidor público, referiu como “uma granada no bolso do inimigo”.
Presidente e seus ministros esbanjaram afinidade com expressões que não usamos no nosso dia a dia, como: merda, bosta, porra, foder, putaria, puta que pariu, filho da puta, cacete. Todas essas saíram da boca do líder que se diz e abusa do apoio dos evangélicos.
Não sou adepto desse segmento religioso, mas imagino que um “homem de Deus” não fale tanto palavrão. Também, sabe-se, que ele se uniu ao pior que existe nessa laia. Pastores que vendem terreno no céu, em nome de Jesus. Nem falei do dízimo. Entre esses por lá já desfilou Guilherme de Pádua, daquele tipo que comente um desatino e depois se vende a uma religião comercial como se isso limpasse seu passado.
Guedes, Braga e um tal de Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, completaram a verborragia com porra do primeiro e caralho do segundo. Já o presidente da Caixa utilizou-se de porra e foder. Sinceramente, num único e curto espaço de tempo, nem nas discussões da época do ginasial, nas repúblicas estudantis, ou prosa de mesa de boteco, presenciei uma coleção como essa de um colegiado como o dessa gente que ainda governa o Brasil.
Para não estender ainda mais sobre isso, curtas e breves colocações. Qual interesse temos sobre as hemorroidas do presidente? Se tá sangrando, não nos sangre, ele que resolva lá com seus médicos de confiança. Aqueles que sustentam e insistem com o uso da cloroquina que ele, presidente, tenta impor aos brasileiros. Seria interesse próprio ou de algum aliado internacional da indústria farmacêutica? Então, cloroquina pra sua hemorroida. Ou no … dele!
A outra consideração é também curtinha, vale aos apaixonados por futebol e seus times do coração, como eu sou pelo meu clube. Nesse caso, governabilidade e saúde, economia, política, segurança são assuntos que convergem pela melhor solução. É diferente de um clássico onde ficamos a semana toda zoando o amigo que teve seu time derrotado. Acorda Brasil!
Ah! Impressionante, a mencionada reunião foi em 22 de abril, mais de um mês depois do “tranca a rua” por causa do coronavírus. Nenhuma menção à epidemia. Vale dizer, não tem planos de governo e sim de poder. Lamentável!
Sobre a pandemia ainda é bom salientar aos que dizem “vai pra Cuba” que lá, com quase 12 milhões de habitantes, tem menos dois mil casos de infectados e não chega a cem o número de mortos. A nossa densidade populacional é de pouco mais de 20 habitantes por quilometro quadrado, lá passa de 100. E em regiões abaixo da nossa média nacional, o quadro brasileiro é ainda pior do que em grandes centros como Belo Horizonte e Minas Gerais. E os médicos cubanos foram enxotados do Brasil por esse atual presidente.
O vídeo serviu para constatar o que já era de conhecimento público. Moro, aquela criança almofadinha e filhinho de papai, continua acusando e julgando sem provas. E a culpa agora é de qual próximo comunista? Foi a Globo, junto com os conservadores Dória e Witzel, agora o Trump?
Com isso, assistimos um total desrespeito à liturgia do cargo. Não têm a noção do tamanho e grandeza do nosso país, estão nos condenam a décadas de isolamento. Gente desqualificada!
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Dizer que o País hoje tem um governo,não é só ignorância, é má-fé!