A pandemia avança e faz acampamento no Brasil

Eduardo de Ávila

Beirando mil mortes por dia, sigo e seguimos, quem ainda quer viver por mais tempo na Terra, confinados dentro de casa. Embora com prejuízo significativo de parte da minha renda mensal, em função dessa paralisia, opto por permanecer trancafiado e sozinho.

Um amigo me reclamou que estava cansado de ficar só ele e a esposa pesos durante todo esse tempo, respondi a ele que é exatamente o dobro de pessoas, comparado com o meu caso.

Outros estão em três, quatro ou em mais companhia que eu. Sozinho e tranquilo, mesmo com a oscilação natural que o momento sugere. Aprendi com a vida a ser resignado com aquilo que o Criador programou, e assim vivo feliz.

A politização desse debate teve como carro chefe o eventual presidente da República – contrariando o bom senso e orientações da OMS – colocando seus apoiadores na contramão das recomendações científicas.

Segundo li – em um estudo assinado por um professor da Universidade de Cambridge em parceria com a FGV-SP – 10% dos casos e mortes no Brasil estão relacionados ao comportamento estúpido do presidente, e, consequentemente de seus seguidores.

Que situação lamentável. Enquanto assistimos países muito mais populosos, com presidentes sensíveis como a Índia, optando por vidas. Aqui, o atual mandatário quer salvar a economia.

Como bem trouxe um site na chamada, “Elite vai ao STJ mais preocupada com a morte de CNPJs do que de CPFs”. Pura realidade. Os indianos são 1,350 bilhão de pessoas, pouco mais de 67 mil contraíram a doença e as perdas agora chegam em apenas 2,2 mil casos.

Enquanto isso, aqui, até ontem à noite, segunda-feira, dia 11 de maio de 2020, já somamos 168.331 mil infectados e 11.519 mil mortos. Nossa população é de 210 milhões de brasileiros. Um bilhão e cem milhões a menos que a Índia. Me empresta o Ram Nath Kovind (rimou com Covid), juro que não mando o Bozo pra lá.

Aqui, não fossem as ações corajosas de governadores e prefeitos – muitos deles ainda questiono seu conservadorismo – a mortalidade seria ainda pior.

É uma irresponsabilidade oficial assistir essa insanidade, sem que as autoridades do Judiciário e Legislativo reajam. Declarações de indignação e condenação às atitudes e atrocidades do eventual mandatário, não estão impedindo suas ações genocidas contra a população brasileira. Há até quem desconfie de intenções macabras em seus atos. Necessário seria impedir a continuidade de suas aparições públicas. No mínimo.

O sujeito fez testes e não mostrou o resultado, limitando-se a dizer que deu negativo. Entretanto, se nega mostrar publicamente essa informação. Sai pelas ruas, assoando o nariz e pegando nas mãos de pessoas – inclusive de grupo de risco -, vomitando escárnios sobre a doença e quem defende o confinamento. Um asno, débil? Já pensei que sim, hoje acho que se finge de louco. É tudo intencional.

O que estaria por trás disso? Seria inimaginável entender que um mandatário conspire contra a vida de seu povo, mas pelo que presenciamos, não chega a ser delírio entender dessa maneira. Afinal, como já disse em postagem anterior, a doença atinge idosos e periferia.

Vale dizer – menos gastos com a previdência e programas sociais. Assim, sem milagres, alcançaria o equilíbrio financeiro que estes dois custos pesam ao governo. Muito mais cômodo do que preservar vidas!

Só um adendo. Falido se recupera, vidas não!

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    • Caro comedor de caviar, nossas divergências existem, o que não me sugere trocar minha mortadela (que aprecio muito). Mas, entre nossas diferenças, a mais perceptível é que tenho nome, sobrenome e rosto. Já sua contestação, muito bem vinda, não mereceu o mesmo.
      Então estou diante de um anônimo que aprendeu a repetir. Vai pra Venezuela, pra Cuba. Esquerdopata, comunista e outras idiotices que repete e não sabe o que é, tampouco eu sou.

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