“Literalmente, neste segundo, com tudo o que está acontecendo no mundo, ser humano é a coisa mais difícil de se ser.”
– Oh Wonder
–
Sentada em sua lanchonete favorita, Amanda se deliciava com um x-bacon à moda da casa, o seu hambúrguer favorito – que pedia todas as vezes que tinha oportunidade.
Havia acabado de passar por uma semana excruciante – em todos os sentidos. Tinha tido conflitos no trabalho (de novo), brigara em casa com os pais. Há muito não sabia o que era conviver em paz consigo – nem com o outro.
A plena apreciação pela vida vinha encapsulada naquele hambúrguer de dois andares com bacon extra, que ganhava sem pedir e ainda vinha com uma piscadela meio indecifrável de Maria, garçonete que sempre lhe servia.
Naquele momento, Amanda encontrava paz. Mas não era qualquer sossego momentâneo. Era uma profunda e inenarrável certeza de que nada nem ninguém, até mesmo o telefone vibrando desesperadamente em seu casaco, poderiam lhe atrapalhar.
A pessoa que a requeria era insistente, o que a fez imaginar quem tinha soltado a primeira bomba. Ela sempre se perguntava quem tinha começado a confusão.
Depois de incansáveis tentativas e exaurida pelo cansaço, atendeu.
– Amanda!? – a voz, que vinda do outro lado da linha e quase estourou os tímpanos da garota, era de seu chefe – estou tentado falar com você há um tempão!
– Desculpa – disse com desdém – eu estava ocupada, não vi o tele…
– Seguinte, preciso que você volte para cá agora!– Como assim? – Olhou o relógio de pulso, marcava 18:56h. Quando voltou o olhar novamente para cima, viu que Maria a encarava com um misto de curiosidade e simpatia – Não podemos resolver isso amanhã?
– Não, não podemos! Ele fez de novo! O pessoal já tá em cima, é pergunta para todos os lados. Amanhã vai ser tarde, aí você já viu.
Amanda soltou o ar dos pulmões como se, ao fazer isso, o peso da gravidade parasse de incidir sobre ela, permitindo que fosse para bem longe da terra.
– Ok, estou a caminho.
– Ótimo. Sinto muito pelo seu hambúrguer. – Seu chefe disse, se debulhando em ironia.
Chamou a garçonete e pediu para embalar o resto da comida para viagem. Não tinha se contentado com o desfecho da história toda, mas como isso estava se tornando cada dia mais comum, preferiu não se importar.
Depois de pagar e se demorar um pouco no aperto de mão com Maria – ainda estavam nessa fase – correu para o Palácio do Planalto para se juntar, mais uma vez, a uma companhia de jornalistas fervorosos e frenéticos que tentavam – sem sucesso – dar explicações sobre o pronunciamento não oficial do Presidente.
Ela descobriu – sem surpresas – que era ele quem tinha começado – de novo. Não havia hambúrguer na face desta terra que conseguisse dar paz a essa assessoria de comunicação.
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