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Autofagia da direita

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Eduardo de Ávila

Sou de tempos em que o mais radicais de extrema direita não admitiam ser assim chamado ou taxado. Contestava e reagia.

A eles, se juntavam alguns reacionários e outros apenas conservadores, sob a alegação de não permitir o avanço das forças comunistas.

Passado meio século disso, aliado à derrubada do muro de Berlim e a consequente reunificação da Alemanha, e ainda a dissolução da URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – uma paranoia atacou alguns países e de maneira especial, aos Estados Unidos e Brasil.

Setores da classe média, contrariada com avanços de políticas sociais e conquistas (desde vagas nas universidades e direitos trabalhistas, possibilitando até viagens ao exterior) se uniram a setores do poder econômico e da mídia, num autêntico frenesi para tirar do poder quem ameaçasse seus pseudo privilégios.

Recontar o que vivemos de 2013 pra cá é desnecessário, todos – ainda que com visões diferentes – acompanhamos passo a passo. Independente da posição de cada um, fomos atores desse processo.

A direita saiu do armário e se antes sentia vergonha de assim se assumir, estufaram o peito afirmando serem dessa opção política e ideológica.

Muitos dos que aplaudem aos rumos da nova ordem político e econômica, sequer tem convicção do que está ocorrendo, apoiam por ser antagônica aos ex-presidentes.

Entre essas pessoas, existem até quem foi beneficiado e agora perdem direitos e esperanças, mas se sentem poderosos. Isso tem nome de “povo gado”.

E assim seguimos nossos dias, até que na última semana chegou a um ponto que a mim era inimaginável. Até postei algo no face sobre minha vida religiosa.

Nascido e criado num ambiente católico”, segui essa orientação até quase o final da minha adolescência. Depois passei pelo ateísmo.

Em torno dos meus 40 anos, levado por uma pessoa amiga, fui conhecer o kardecismo.

Lá, estou tem mais de duas décadas e me faz um bem que até então desconhecia. Aprendi a respeitar outras crenças religiosas e, como consequência, até aceitar aos que hoje são intolerantes com minhas opções políticas.

Não sou petista, nem lulista ou dilmista, meus votos são muito pulverizados, mas sempre escolho quem tem de fato interesse e trabalho realizado por políticas sociais e de inclusão.

A intolerância de alguns chega ao ponto de buscar conflito e provocação que tento, na medida do possível, evitar. Mas, para chegar e fechar com o que me motiva essa exposição, vamos ao que interessa.

Admiro o Papa Francisco e, sobretudo, seu trabalho de evangelização e preocupação social. Gosto de cinema e curto o grande avanço das obras nacionais.

Quando era mais novo, nossas produções apelavam para filmes pornográficos, e hoje temos nas telas filmes que encantam ao mundo.

Pois bem, o documentário da Petra – Democracia em Vertigem – sofreu ataques de gente que sequer assistiu ao filme. Documentário sempre traz a visão de sua produção. Ponto!

Até órgão oficial do governo federal se meteu em emitir nota contra o filme, obra cinematográfica que deveria ser vista como motivo de orgulho pela simples indicação para concorrer ao Oscar.

Já o Papa Francisco, além de receber o ex-presidente Lula – com muito mais ênfase tratou da Amazônia que vem tendo sua área devastada pela ação nefasta do atual governo – e recebeu ataque daqueles que se dizem católicos.

Li, entre tantas banalidades, que “esse Papa não me representa”. Realmente não representa gente reacionária e que tem seus interesses sobrepondo qualquer outro que seja da coletividade.

Na verdade, esse tipo de gente nunca teve religião. Apega-se ao catolicismo como um escudo para dissimular seu verdadeiro perfil de – na maioria deles – “pobre de direita”.

Quando uso essa expressão, necessariamente, não estou me referindo a posse ou recursos financeiros.

Mais que isso, pobre de espírito e de coração, uma vez que sua condição humana é tão insignificante que só pensam em dinheiro.

Muitos deles, seguramente a maioria, nem tem esse patrimônio e poderio econômico que justifique essa atitude.

Ter casa, por mais confortável que seja, carrão na garagem e outros bens, nem de longe os aproxima dos verdadeiros interessados na exploração do seu semelhante.

Daí, com todo respeito, são pobres e burros! Quer cinismo e hipocrisia maior do que ir à igreja todos os dias, confessar e comungar sistematicamente, mas – na espreita – debocham de pessoas pela sua cor, condição social, diversidade de gênero e por ai segue.

Triste sina de quem age assim, seguramente não conseguem dormir o sono dos justos.

E, em meio a toda essa situação, agora estão se engalfinhando entre eles mesmos. Ao que percebo, são aqueles otários e mentecaptos que acreditam que os verdadeiros detentores do poder econômico e que exploram aos mais humildes iriam inseri-los em seu meio. Pobreza!

Blogueiro

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  • Ocorre que também queremos o bem estar do povo, na qualidade de países capitalistas como Inglaterra, Alemanha, EEUU e outros e não queremos a desgraça do povo como em paises socialistas, p ex, Coreia do Norte, Cuba, a antiga URSS, ...etc

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