Orientação sexual: refere-se à direção ou à inclinação do desejo afetivo e erótico de cada pessoa.
Identidade de gênero: refere-se à experiência de uma pessoa com o seu próprio gênero. Indivíduos trans possuem uma identidade de gênero que é diferente do sexo que lhes foi designado no momento de seu nascimento.
Ou seja, orientação sexual e identidade de gênero são dois conceitos completamente distintos. E por que estou falando disso?
Cura gay. Sim, não imaginava que dado nosso grau de evolução da humanidade, eu tivesse que escrever sobre este assunto.
Sim, absurdo. Para mim não há outra palavra para definir quem defenda, em pleno ano de 2020, a patologização da homossexualidade.
No último dia 22 de janeiro, a Suprema Corte do país decidiu definitivamente, após inúmeras idas e vindas, avanços e retrocessos, a proibição de qualquer tratamento que tenha cunho de “reversão sexual”.
Esta decisão “sacramenta” a já antiga decisão do Conselho Federal de Psicologia – CFP – 01/99, que vedava qualquer prática terapêutica que considere a orientação sexual homofativa como um desvio ou doença.
O que chama a atenção é que a ação popular que pretendia oferecer tais tipos de “cura” foi proposta justamente por um grupo de psicólogos, que defendem a existência do “distúrbio egodistônico”.
Sim, os profissionais que juraram seguir o código de ética profissional, especialmente o inciso II:
“O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Fico imaginando o tanto de sofrimento que teria sido poupado a sujeitos e famílias, se a orientação sexual pudesse ser livremente vivenciada há mais tempo.
Já acompanhei casos de homens, que mantiveram um casamento “de aparência” por mais de 30 anos, com filhos e netos, por não poder “sair do armário” e assumir a sua sexualidade. Quando o segredo veio à tona, o estrago foi grande demais.
Recentemente atendi um jovem que procurava psicoterapia para se conhecer melhor. Questionado sobre psicoterapia anterior, ele me relata que já havia feito tratamento com uma psicóloga “cristã” que o colocava para rezar durante as sessões. Absurdo.
E ele lá, inseguro e desconfiado, esperando a hora que eu ia tirar o meu terço e o colocar para rezar. Na cabeça dele, era isso o que os psicólogos faziam.
Além de ferir o código de ética no inciso acima, tais atitudes reforçam preconceitos e sofrimentos, e revitimizam o sujeito, fazendo-o passar, durante as sessões, por toda dor, exclusão e falta de reconhecimento que sua família “cristã” e a sociedade lhe impunham.
Isso para não falar do fato de deixar de usar nas sessões “princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional” (Código de Ética Profissional do Psicólogo, Art 1o).
Absurdo.
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conheço algumas pessoas que, apesar de sentirem desejo sexual por pessoas do mesmo sexo, por opção moral e religiosa deseja receber atendimento psicologico para não sentir mais estes desejos. Para esta pessoa, cabe o psicologo ajuda-lo, pois o mesmo deseja largar a homossexualidade.
E nisto discordo de sua opinião.
Num é? Mas a opiniao dessa mesma pessoa a "psicologia" nao quer considerar. A esse, é bem provavel que declarem insano. Uma piada pronta essas opinioes pessoais travestidas de maturidade cientifica.
Absurdo é querer definir os conflitos da existencia humana pela opiniao de um blog, absurdo é pensar que o conflito de um homem que manteve o casamento de 30 anos foi o tal do estrago grande demais (pra nao dizer que isso é criação fantasiosa da autora), absurdo é pensar que a psicologa "cristã" que colocava o aconselhado para orar foi o trauma do jovem que queria se conhecer mais. Absurdo é desprezar os valores espirituais (que sao parte da vida do ser humano em qualquer sociedade) e pensar que a partir do corpo e da chamada ciencia podemos conduzir os desdobramentos dos conflitos interiores. Absurdo é pensar que os ditos "tabus" sao apenas comportamentos sociais. Pobre de quem pensa que a propria felicidade está nas maos do que a sociedade determina.