Taís Civitarese
Na espuma das palavras
lavo a minha alma
Ensaboo-me
com todas as letras possíveis
Para remover
A camada incrustada
De mágoa
Nesse banho,
A água flui cristalina,
Ordenada
Encontra seu rumo
Para o rio certo
Desemboca na
Infinitude
E dilui
cada cisco de mácula
Nada mais tem importância
Se está agora
Imerso no imenso
Onde as belezas são profundas
E se alimentam daquilo que,
feito soluto,
A escrita lavou
E se fez
Reciclada.