Originalmente, o termo estresse foi usado por Seyle (1936) para designar um tipo de reação do organismo a uma exigência. Nesse sentido, o estresse seria uma adaptação do organismo diante do enfrentamento de uma situação.
Atualmente, o termo estresse vem sendo usado pelo senso comum por seu cunho negativo e pelas consequências negativas (fisiológicas, psicológicas e comportamentais) que ele pode trazer para a saúde, tais como: dor de cabeça, taquicardia, sudorese, perda de apetite, enxaquecas, ansiedade, impulsividade, conflitos nos relacionamento, etc
Cientificamente, o estresse tem sido definido como um fenômeno psicofisiológico, complexo e multidimensional, decorrente da percepção individual de desajustes entre as demandas do ambiente e capacidade de respostas da pessoa (Gonzalez-Rey, 2004).
O conceito de “distresse” se refere às emoções que, embora não sejam acompanhadas por vivências negativas do sujeito (um trauma, por exemplo), têm consequências prejudiciais ao funcionamento somático e às configurações subjetivas da personalidade.
Assim, o estresse tem muito mais a ver com a emoção produzida do que com o evento ameaçador em si. Nesta perspectiva, o estresse não é explicado, exclusivamente pela ação dos agentes externos agressores. Um exemplo típico é o “sofrer por antecipação”. Às vezes, ficamos ansiosos e com dor de barriga só de pensar na prova que vamos fazer, mesmo sem saber se ela está realmente difícil. Às vezes, perdemos o sono só de pensar nas atividades e prazos a cumprir no dia seguinte.
E os contextos laborais também “sofrem” as consequências do estresse, sendo que alguns sintomas são a redução da produtividade e também da qualidade do trabalho, o absenteísmo, o presenteísmo, o aumento do número de acidentes e de erros, as desconfianças, demonstrações de irritabilidade, discussões e até alcoolismo.
Para Ferreira (2007), o estresse laboral pode advir de três dimensões do trabalho:
Por organização do trabalho entende-se: a natureza e a divisão das tarefas (hierarquia, aspectos técnicos, operacionais, administrativos e sociais); regras formais (missão, legislação, normas e procedimentos); tempo (jornada, pausas, turnos e prazos); produtividade esperada (metas, qualidade e quantidade); regras informais (regras de ofício, práticas e hábitos).
As condições de trabalho abrangem os elementos estruturais como: qualidade do ambiente físico; equipamentos e materiais disponíveis para a execução do trabalho.
As relações socioprofissionais referem-se aos elementos interacionais, por exemplo: modelo de gerência, processo de comunicação; disputas profissionais, participação nas decisões.
A análise dessas três dimensões pode nos fornecer informações importantes sobre o nível de estresse e de saúde do trabalhador. Fatores como autoridade para tomar decisões e uso de habilidades pessoais no ambiente de trabalho têm sido associados a níveis de estresse mais reduzidos. Trabalhos mais ativos, com alta demanda e alto controle estão também associados a maior nível de satisfação, mesmo que sejam mais demandadores.
Não é possível eliminar todas as fontes de estresse da nossa vida, mas podemos aprender a lidar com ele, tomando consciência dele e criando estratégias para amenizar os seus efeitos. Fique atento caso perceba que não acorda com a mesma disposição, que está com nível baixo de energia, que se irrita facilmente com os outros, que o comportamento está fora do padrão habitual.
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