Eduardo de Ávila
Passada a ressaca pelos resultados do primeiro turno, de agonia para uns e festa para outros, seguimos para a definição de quem serão os eleitos para o mandato 2019 até 2022. Agora, em um segundo turno sem o embate PSDB e PT.
Nas últimas eleições, nacionais e estaduais, a disputa acirrada era entre os dois partidos. Os tucanos praticamente estão anulados do cenário nacional, concorrendo ainda ao segundo turno de Minas e São Paulo. Se não vencer nos dois estados, o partido caminha para intermediário.
Quem diria, né?
Surgido em 1988, oriundo de uma dissidência do PMDB, agora tem até quem defenda uma nova legenda para abrigar seus pouco mais de 30 parlamentares. Já foi bancada com mais de uma centena de deputados na Câmara dos Deputados.
Em Minas, enfrenta o Novo, que – a bem da verdade – chegou ao segundo turno pelo candidato e não pelas propostas reacionárias da legenda. O Partido tem nome de Novo, mas sua pregação é defasada. Em São Paulo, tucanos tem a missão de tentar derrotar o governador Márcio França – do PSB – que era vice de Alckmin, coincidentemente do mesmo PSDB.
Centrando a prosa nas eleições nacionais e de Minas Gerais, os primeiros números das pesquisas apontam um invejável favoritismo aos dois candidatos que no primeiro turno chegaram à frente nas votações. Convém lembrar, entretanto, que isso não credencia a repetir o resultado na definitiva escolha do eleitorado. Os exemplos são inúmeros e devem nortear as campanhas nesta fase final e definitiva.
Em 1994, aqui mesmo em Minas Gerais, o candidato Hélio Costa – por pouco – seria eleito sem segundo turno. Beirou os 50% da votação, entretanto, por razões internas e de desempenho do então candidato a situação foi lentamente se invertendo e acabou derrotado por Eduardo Azeredo, que teve 58%.
Nas eleições municipais de Belo Horizonte, em 2008, Leonardo Quintão abriu nas primeiras pesquisas algo em torno quatro por um de preferência sobre Márcio Lacerda e acabou perdendo as eleições. Foi aquela eleição reconhecida pela frase: “nós vamos chutar a bunda dele.” Com isso e mais alguns “joinhas”, Quintão perdeu em poucos dias.
Nas duas últimas eleições, as mesmas pesquisas que nos deixam atordoados sinalizaram a eleição de Aécio Neves para Presidente e João Leite para a Prefeitura de Belo Horizonte. Pois foram eleitos Dilma Rousseff e Alexandre Kalil.
Em meio a tudo isso, pouco se apura sobre propostas de governo. Tanto lá quanto cá. Aqui, um candidato tenta esconder seu criador, guru e cacique da política mineira nas últimas duas décadas. O outro, asseguro, que tem boas intenções, mas rodeado de neófitos e inexperientes comandantes de campanha. Isso pode ser fatal (até letal), notadamente em razão de declarações e entrevistas pós essa surpreendente votação.
No plano federal, um candidato que nasceu de um sentimento anti-petismo, semeado pela grande mídia e que durante o curso da campanha foi golpeado por um fanático e insano mental, que acabou impulsionando sua candidatura. Seu opositor perambula entre o conflito das extremas> os que amam Lula e o PT e os que odeiam o ex-presidente e a legenda.
E assim seguimos, sem saber ao certo o que nos espera a partir dos resultados das eleições. Confesso estar apreensivo pelos movimentos radicais e agressivos que assistimos e tomamos conhecimento das ruas. Eleição é para definir qual a melhor proposta a ser avaliada pelos eleitores.
Que sejamos iluminados pela melhor opção ao futuro do Brasil, de Minas Gerais, dos brasileiros e dos mineiros.
Excelente texto.
Traduz perfeitamente o pensamento de poucos que sempre acompanharam política e teem opinião formada sobre o assunto.