Domingo, qualquer que seja o resultado, havendo ou não segundo turno, certo é que já temos um vencedor: o ódio. O grande vencedor destas eleições foi esse sentimento, que vem sendo colocado sobre nossas cabeças há algum tempo. E esse ódio cego provoca muito do que era inimaginável até tempos recentes.
O debate eleitoral, em todos os níveis (município, estado, união; legislativo e executivo), trocou propostas por embates. A quem interessa isso? A nós cidadãos e contribuintes, nunca! Somos vitimas de uma imprensa, que invade nossas casas todos os dias semeando e plantando esse sentimento. Não somos vacinados contra esse ataque global e acabamos caindo nessa armadilha.
Independente dos candidatos que chegarem ao segundo turno, caso seja necessário a segunda votação, o país está dividido e quase “armado” para uma guerra urbana daqui para frente. Não defendo candidatura A ou B, mas me preocupo com o que nos espera pela frente.
Escolhidos já estão os meus candidatos para domingo. Não faço apologia deles, de seus partidos (até porque são várias legendas) e tampouco saio atirando em quem pensa diferente. Respeito é um princípio básico da democracia, sobretudo ao resultado das urnas.
Seguramente já participei de algo em torno de 20 eleições, duas vezes como candidato. Numa delas ganhei e noutra fui derrotado. No todo, ganhei e perdi, sem saber fazer um balanço sobre prós e contras. Entretanto, em todas elas soube respeitar o veredito das urnas.
E agora… Será que estamos todos preparados para a decisão da maioria dos eleitores? A meu juízo, não. Já li e ouvi, entre apoiadores dos dois líderes nas pesquisas, que não aceitam a derrota. Triste sina, afinal quem vai pagar por este desatino será toda a sociedade. A verdade é que o índice de rejeição de Bolsonaro e Haddad é superior a intenção de voto de ambos.
Sem entrar no mérito de candidaturas e suas campanhas, trago aqui o que ouvi (ninguém me contou) na última terça-feira. Muito tenso!
Faço parte, como auditor, do Tribunal Disciplinar (um TJD) do Futebol Amador em Belo Horizonte. Trabalho voluntário, como outros que faço na vida. Leia-se Copa Itatiaia e Copa Centenário (promovido pela Prefeitura). Na noite de terça-feira, durante uma longa sessão deste segundo torneio, um representante de clube – insatisfeito com o resultado do julgamento -, avisou: “Depois que o meu candidato ganhar, venho ao Tribunal armado”. É esse o país que queremos? A mim, definitivamente, não!
As acusações, as mentiras, tudo isso sendo vendido como se fossem reais para inflamar – ainda mais – as pessoas e semear o ódio. Posso assegurar, com absoluta convicção, que nada disso interessa ao eleitor e ao cidadão de bem. Nós todos vamos sair arranhados desse pleito. Nem falo mais, como já manifestei aqui e até insistentemente, sobre as provocações idiotas nas redes sociais e até no nosso ciclo de relacionamento.
Imaginem, como no caso que comentei acima. Há mais de dez anos, eu e mais nove advogados colaboramos com esse Tribunal das duas Copas que tem intenção exclusiva de inclusão social. Num determinado julgamento, o interessado tira a arma e aponta ao presidente, ao relator e aos auditores? É o fim dos tempos.
Ele, como nós, somos vitimas dessa armação que tem origem na programação – sobretudo jornalística – de emissora de televisão que tem como único interesse manipular aos brasileiros. Até a programação de entretenimento é promíscua e agride aos nossos lares. É triste, mas é fato. Segunda-feira, finalmente, termina a primeira etapa dessa mais triste eleição de todos os tempos.
Muito bom o seu texto, Eduardo.
Minha última dica antes da votação: avalie se o algoritmo das redes sociais não está te mantendo em sua sua “bolha”, reforçando preconceitos de uma visão de mundo afunilada. Tenho visto cada absurdo! Confesso que é difícil resistir ao direito de expor o contraditório.
Hoje é o dia do aniversário de 30 anos da nossa constituição. Independente do resultado, teremos muito trabalho pra honra-la e mantê-la.
Boa sorte pro nosso Brasil!