A partir de agora, até o próximo dia 15, vamos viver as cenas do segundo ato, que também não sinalizará para o desdobramento teatral, até o dia das eleições. Digo isso, pois se sabe que o quadro atual – aprovado nas convenções realizadas – não significa que será definitivo. Tem candidato que vai abrir mão em apoio ao outro, sob a justificativa de “interesses maiores”, quando sabemos que são exclusivamente pessoais.
Para o governo de Minas Gerais, três candidaturas disputam a possibilidade de irem ao segundo turno. Anastásia (PSDB), que é no momento o melhor colocado nas pesquisas; Pimentel (PT), atual governador e bastante arranhado na sua gestão (sem deixar de considerar o peso da cadeira e caneta de governador); Lacerda (PSB), cujos desdobramentos internos do seu partido colocam como imprevisível seu futuro na disputa.
Tirante eles, os demais são figurantes. Até mesmo o novato Rodrigo Pacheco, que cumpre seu primeiro mandato e foi destaque na Câmara dos Deputados, eleito pelo PMDB e agora já no DEM. Algo em torno de dez nomes, talvez. Tive a oportunidade de conversar sobre o assunto com dois deles, um entre os principais e outro do segundo bloco. Reafirmo que a questão do projeto de poder supera a qualquer chance de plano de governo.
Um deles, entre os pequenos, até tem laços de parentesco comigo, mas não foi com ele quem tive essa prosa mencionada. Romeu Zema é filho de um primo de primeiro grau. A avó dele, mãe de seu pai, era irmã da minha mãe. A propósito duas considerações: tenho por ele o maior respeito, mas não figura entre os meus eventuais e possíveis candidatos ao meu voto pessoal.
Seu partido não me convence, pois é Novo com cheiro de coisa velha. Ele sim, ao contrário até de um meme que me enviaram, é sério e trabalhador. E mais, trabalha desde a juventude, diferente da maldosa insinuação. Suas empresas, sempre figuraram entre as melhores para se trabalhar no Brasil. Mas, reafirmo, que esse Novo não me convence.
Não é o meu voto que estou propondo para a prosa de hoje e sim as mudanças que seguramente ocorrerão a partir de agora até o prazo de registro das chapas. E mesmo depois disso formalizado no TRE-MG, ainda acontecerão mudanças. Pode, por exemplo, candidato a governador se contentar com a disputa ao Senado, tendo apoio de um até agora concorrente.
Para o Senado, o quadro então não é mesmo definitivo. Com exceção da ex-presidente Dilma – que só deixará de ser candidata em duas possibilidades: impugnação ou disputa por outro cargo – tudo pode acontecer. Afinal são duas vagas e abre-se um leque interessante para negociações (ou negociatas) até que as coisas se acomodem. Até mesmo os vices podem mudar. Apenas o de Anastásia, que andou confundindo o nome do cabeça de chapa durante convenção de sua escolha, tem lugar assegurando na chapa.
Já para as eleições presidenciais, o quadro é ainda mais complexo e confuso. Quase todos fogem do atual presidente Temer. Foto, jamais! São quase quinze candidaturas colocadas. Metade delas com nomes sem qualquer densidade eleitoral. Partidos nanicos, igual no caso mineiro, buscando visibilidade e para fazer bancada nos futuros “acordos” no Legislativo. Se em Minas temos três nomes que disputam, lá os que estão à frente têm mais rejeição que intenção de votos.
Lá, como cá, ainda acontecerão renuncias – serão ditas como “a bem do interesse público”, mas não acreditem – de uns a favor de outros. Tribunal ainda terá de manifestar no caso da candidatura de Lula. Se for negada, abre-se um novo leque e a possibilidade de composição neste campo ideológico. Enfim, a escolha dos candidatos a governador e presidente da República ainda não sugere ser feita de imediato. Seu preferido pode nem chegar ao fim da disputa.
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