Exatamente a partir do momento que o torcedor brasileiro começou a confiar na desacreditada seleção do Tite, o time capitulou em campo. Foram cinco partidas pela Copa do Mundo. Três vitórias, um empate e essa derrota que eliminou, definitivamente, o sonho do hexa. Se nos quatro jogos anteriores, a defesa tinha tomado apenas um gol, na hora decisiva sofreu dois e decretou a eliminação da Seleção Brasileira.
A Copa do Mundo, desta vez na Rússia, será mais uma vez decidida por europeus. Teremos a partir de agora uma Eurocopa para se chegar ao campeão mundial. Consequência disso, os europeus passam a ter doze títulos contra nove dos sul-americanos. Essa hegemonia só foi assegurada a partir de 2006, com quatro títulos seguidos, uma vez que tínhamos mais conquistas que o velho continente. Só o Brasil ostentava e continua com cinco entre os nove sul-americanos.
Sobre o desempenho brasileiro, desta vez, a exemplo de 1974, 1990, 2006, 2010 e 2014, a eliminação foi vexatória. Pela ordem: Holanda, Argentina, França, novamente a Holanda, Alemanha e agora a Bélgica sapatearam em cima do salto alto brasileiro. Entre todas as seleções do Brasil que vi nas copas, destacaria a de 1970, 1982 e 1986. Ganhamos em 1994 e 2002, ainda ficamos com o vice em 1998, mas naquelas três oportunidades o time encantou aos brasileiros e ao mundo. Entre as três que me rendo, só vencemos a de 70.
Ao que sinto, a geração Neymar – a exemplo da era Dunga – chega ao final. Além disso, a TV oficial da CBF igualmente assina seu divórcio com a torcida brasileira. A cobertura, tendenciosa como em outros assuntos, fez o brasileiro acreditar que era um time imbatível. Mentirosa ilusão! E notem, seguramente seria a Copa mais fácil de todos os tempos, uma vez que as principais ameaças e concorrentes já tinham voltado pra casa.
A geração “cai cai” – liderada por Tite e Neymar – com o jogo terminando, insistia em simular faltas e penalidades, sob a vista de um árbitro que acabou sendo benevolente com o retardamento do jogo. O torcedor sofreu, chorou e sentiu a eliminação – claro – mas sem a dor de épocas anteriores. Passado esse revés, ainda que com o olhar de soslaio, voltamos agora as atenções para questões mais importantes à nossa vida, como saúde, educação, segurança, liberdade de opinião, direito a informação, preços dos combustíveis, dólar/euro/real, uma vez que tudo isso será decidido daqui 90 dias.
Senão vamos ter de continuar cantando “tristeza não tem fim, felicidade sim”, como fiquei ouvindo por um bom tempo ao final da partida num bar próximo. Passou e acabou. Também pudera…
Um time que o camisa 9 – Gabriel Jesus – passou cinco partidas sem marcar um mísero gol; que tem como principal jogador um conhecido e reconhecido simulador de faltas e um goleiro que quando foi testado deixou a bola passar e tantas outras deficiências, não poderia sonhar com nada além do que vimos. Chegamos sim, confesso e assumo, a acreditar na possibilidade.
E o treinador? Da escola dos malas gaúchos, se acha uma sumidade. Ele, Tite (da hexabilidade), ao lado de outros como Felipão (da famílua Scolari), Roth (oportunizar), Roger Machado (dinâmica do jogo), o já distante Minelli e aquele Mala Mimimi que trabalha aqui em Minas Gerais são soberbos, arrogantes e metidos.
Esse Mimimi, que recentemente chamou Minas Gerais de “aldeia”, assim como o Tite, é das malas mais pesadas dessa escola gaúcha no futebol brasileiro. Note. Disse escola gaúcha de treinadores e não dos simpáticos nativos daquele rico estado brasileiro.
E pensar que, num momento crítico da economia nacional, se o Brasil chegasse ao hexa à premiação seria da ordem de um milhão de dólares (3,7 milhões de reais) para cada jogador. É um absurdo, um desrespeito e um insulto aos brasileiros que sofrem com os rumos que o país tem seguido nos tempos recentes.
Olho no lance! Não do jogo, mas sim nos nossos destinos.