Nem tinha me deparado com essa realidade, quando dias atrás presenciei uma conversa entre duas pessoas sobre novelas. Existiam mais pessoas na roda, todos os demais riram da expectativa que as noveleiras tinham sobre as “cenas dos próximos capítulos”. Fiquei surpreso, afinal, embora fosse assunto que passe à margem do meu dia a dia, ainda registro quando as telenovelas paravam o Brasil e dominavam as conversas.
Estou na minha sexta década, puxando pela memória, a primeira que me veio foi o “Direito de nascer”. Era ainda muito criança e ouvia as pessoas falando sobre ela que – salvo melhor juízo – era pelo rádio. Na infância, minha Araxá parava para ver “Nino, o italianinho”, e alguns outros personagens que o tempo apagou da memória.
Porém, já em Belo Horizonte, morando em repúblicas, pensionatos ou afins, me recordo, sem conseguir precisar data e ocasião, de “O Bem amado” e “Roque Santeiro”. A segunda me chamou mais a atenção por ter sido engavetada por anos por causa da censura. Bem depois, já na condição de pai e tendo de ficar em casa com a bebezinha, foi a vez de “Pantanal”.
Outras, seguramente, existiram, mas evidentemente que sem marcar, uma vez que nem me lembrei dos títulos delas. Em meio a essas, vi também “Dona Beja”, por se tratar de tema afeto à minha cidade natal. Afinal, Ana Jacinta de São José, cortesã e responsável pela região do Triângulo pertencer a Minas Gerais, também teve o privilégio de desfrutar das águas de Araxá. Ou, do Araxá? Assim que dizemos.
Pois, desde o dia em que presenciei essa conversa numa mesa de café, venho num debate silencioso e pessoal, procurando explicações para a queda da audiência das telenovelas. Conversei com algumas fontes interessantes, pessoas com perfil de “noveleiras” na minha concepção. Percebi o quase total desinteresse pelo entretenimento.
Interessante, pois ao contrário do que me pareceu, não bate com a realidade. Se assim fosse, não teríamos tantas novelas nas programações das redes de TV. Entre a maioria dos argumentos para o desinteresse, vem destacada a quebra de valores e costumes que as telenovelas trazem em seus enredos. Também, a distância da realidade dos personagens com a das pessoas de nosso convívio. Percebi certo desencantamento. Alguns, para minha surpresa, optando pela telona de cinema.
Diga-se, hábito que eu particularmente aprecio bastante. Fui de uma geração que o cinema nacional era apelativo, com verdadeiras pornochanchadas. Tem tempos que essa realidade mudou e as produções nacionais em nada devem aos filmes que disputam o “Oscar”. Diria até que muitos deles são bem mais interessantes que badalados campeões de bilheteria de Hollywood.
Confesso que, mesmo desanimado com determinadas reações massificadas da sociedade brasileira, fiquei animado com essa mudança de costumes dos brasileiros. Nas telas das salas de cinema, temos oportunidade de ver interessantes produções, sejam de ficção, baseadas em fatos reais e muitos bons documentários.
Acho que as duas amigas que me geraram essa pequena reflexão, se continuarem ligadas nas novelas, seguramente não mais irão debater o assunto publicamente.
Também não assisto novelas, por considerar perda de tempo. Mas pelo que percebo, há outros fatores que contribuíram para derrubar a audiência: a concorrência das outras mídias, que não existiam nos anos 70 e 80 (internet, tv fechada, netflix, etc), além do fato das novelas da Globo passarem a maior parte do tempo fazendo apologia à promiscuidade e ao homossexualismo, que vão contra os valores e princípios da maior parte da população brasileira (ainda que alguns metidos a “politicamente corretos” achem o contrário).
Vejo mais explicações para isto, muitas pessoas pararam de assistir a Rede Globo, por não mais se identificarem com o modelo e por existirem melhores opções de entretenimento. E muitos migraram das novelas para as Séries de TV. Tem jovem que nunca assistiu uma novela.
A última novela q assisti na TV Globo foi Av Brasil, mas se fosse hj com certeza não assistiria, um texto muito pobre, um triângulo amoroso, um casal homossexual, sempre o mesmo tema. Não assisto nada em TV aberta, qdo quero ouvir ou saber de uma notícia o próximo Google envia pra gente em tempo real. Só preciso de uma Internet boa e nada mais. Na minha casa ? só assistimos séries pelo YouTube Live da Europa e EUA, detesto a programação brasileira, acho um lixo ?! Abraços