Bolsonaro passou esse dia dos pais acabrunhado em casa, onde recebeu a visita de seus filhos. Ganhou presentes de uso caseiro, como pijama, chinelo e meias. Olhou para a garagem e não sabe o que fazer com sua moto e jet ski. Sentiu saudades das cornociatas sem capacete e de singrar lagos e mares em plena pandemia, afrontando as baleias, a mínima decência e qualquer escrúpulo.
“Pelo menos ainda posso comer meu pão com leite condenado”, pensou o sujeito do mocotó tornozelado.
Capitão Cloroquina também sente falta de compartilhar mentiras pelo whatsapp, de contar piadas no cercadinho, de ir à estádios de futebol se passando por torcedor de todos os times e de fazer cosplay de evangélico nos Supermercados da Fé de Malacraia.
Enquanto se sentava ao lado da tomada esperando a sua tornozeleira eletrônica impressa e auditável carregar, Colostomito lembra de seus dias de glória.
Como foi divertido atrasar a compra de vacinas na pandemia. Em êxtase, ameaçava a democracia, o STF e o TSE com seu jeitinho rude e autoritário de falar, sempre cuspindo perdigotos e espumando baba no cantinho de sua boca de latrina.
Ô saudade de destruir reputações de adversários políticos com o Gabinete do Ódio, como fez com Frota, Joyce, Bebiano e tantos outros.
Confesso que sinto falta do Jair imbrochável, incomível e imorrível.
Cadê aquele Bolsonaro raiz, que fazia arminhas com as mãos e se referia às forças armadas como “meu exército”? Cadê o debochado que pedia que seus apoiadores fizessem cocô dia sim, dia não para ajudar o meio ambiente?
Bozo sabe que falhou em seu projeto de transformar o Brasil em uma teocracia evangélica rumo às trevas. Não conseguiu fundar seu partido político, não conseguiu vencer as eleições e também não conseguiu golpear a democracia.
Em resumo, Jair é 100% de aproveitamento zero.
À espera da cadeia, Bozo é apenas uma pálida lembrança do palhaço valentão e arruaceiro que um dia foi.
Ele, que não é belo e recatado, finalmente aderiu ao “fique em casa” e agora é do lar. Bolsonaro queimou a largada judicial e conseguiu a proeza de ganhar uma preventiva antes mesmo da sua condenação.
Entendeu que se fazer de pomba lesa no interrogatório do Xandão não funcionou.
Inelegível até o fim da vida, reza para que não investiguem sua extensa capivara. Sabe que se for condenado pelo conjunto da sua obra, pagará quatrocentos e oitenta e tantos anos de cana.
Perdeu a cadeira presidencial, o poder e o controle da boiada patriotária. Entendeu que seus antigos aliados políticos fingem apoio apenas por interesse eleitoral, na esperança de herdar o voto do gado verde e amarelo.
Olha para Micheque Gospel e vê o divórcio ali na esquina. Anda incomodado com sua proximidade com cabeleireiro e estilista AoGostinho Fernandéz e anda desconfiado de que aquele ali nem veado é.
Olha para a cara de areia mijada do Tarcísio e vê que ali adiante será traído pelo zé ninguém que fez governador de São Paulo. Assistindo as entrevistas de Zema, desistiu. “Não posso apoiar alguém mais burro que eu”, concluiu.
Seu filho Bananinha virou o Ameaçador Geral da República, acabou com o slogan “Brasil acima de tudo”. De tanto ordenhar os testículos de McDonald’s Trump, tá só a capa da gaita, cada dia mais magro e envelhecido, parecendo um remanescente de Auschwitz. Tem pesadelos quando pensa que “Oh Trump, oh Trump, salva meu pai, salva meu pai” promete ser o hit do carnaval.
Na busca de tomar o Senado e conseguir o impeachment de Careca de Moraes, Jair pensa em novos nomes para a direita. Quer caras novas, gente já conhecida mas ainda fora da política. Soube que o goleiro Bruno, Suzane von Richthofen estão soltos e são seus apoiadores, assim como Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque, que virou evangélico na cadeia e está prestes a ser solto. “Seriam bons nomes para o PL”, vou conversar com o Valdemar”, pensou.
Com tempo de sobra, nosso Dick Vigarista BR passa o dia pensando em novos golpes & trapaças, enquanto assiste pela seus apoiadores travestidos de comentaristas gastando saliva por sua liberdade de expressão golpista.
Depois da fakada, Canelinha de Wi-Fi herdou uma barriga de cadela prenha cheia de gases, que irritam e muito a dona Micheque. Passa os dias de pijama em casa, mija em pé respingando no vaso sanitário e não anda muito afeito a tomar banhos.
Ansioso e sistemático, fica trocando de canal a cada cinco segundos enquanto discute com o noticiário da TV.
Ficou pistola quando viu que a Globo vai reprisar Crocodilo Dundee na Sessão da Tarde e também não gostou do Léo Dias ter saído do Fofocalizando, “o programa perdeu a graça sem ele”, pensou.
Anda torcendo por Odete Roitman em Vale Tudo e, antes de dormir, Jair toma sua cloroquina com ozônio anal e relê as memórias do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, seu livro de cabeceira. Aliás, o único lido em sua vida, pois nem Jair tinha paciência de ler as merdas que Olavo escrevia.
A pior coisa de estar preso em casa para Jair é a angústia de não poder chorar. Ele só consegue chorar de frente para as câmeras, algo que estava expert em fazer.
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Maravilhosoooo