Chegada infinita

Wander Aguiar

Escrevo este post ainda embarcado no último voo da saga que me leva à Itália nesta viagem. Foi o único tempo livre que encontrei nos últimos quatro dias, durante os quais passei por quatro cidades em quatro países, sendo que as duas últimas noites dormi sentado em poltronas de avião cruzando as Américas e a Europa.

Isso tudo porque retomei as armaduras do viajante econômico e comprei um bilhete promocional saindo de São Paulo, com Barcelona como destino final.

Até aí, tudo bem. O ponto é que o ticket tinha uma conexão de 14 horas em Montreal e, como se não bastasse, decidi que passaria apenas o dia em Barcelona para revisitar alguns pontos e já embarcaria à noite para Veneza.

Parece loucura — e acredito que seja —, mas sei que minha disposição para viagens é um tanto diferente e, mesmo sendo bastante cansativo, ainda consigo pique e ânimo para, de vez em quando, passar por essas situações programadas.

O cansaço é iminente, não indico para qualquer um e sequer tive tempo de me questionar de onde tirei essa ideia maluca. Afinal de contas, nessas últimas 96 horas, consegui aproveitar e me divertir bastante em cada lugar, criando memórias que, para além da economia, ficarão marcadas para sempre na minha vida. Afinal de contas, não é todo dia que a gente sai do verão de 30°C, acorda, da noite para o dia, com uma sensação térmica de -20°C, horas depois toma uma sangria em uma extinta praça de touradas e finaliza a noite chegando a um dos carnavais mais tradicionais do mundo.

Agora, finalmente aterrissando em Veneza, retornarei ao viajante que me tornei ao longo dos anos e farei, com mais tranquilidade, um roteiro entre a Itália e a Romênia, planejado e organizado para, de fato, aproveitar sem tanta correria e descansar para retornar renovado quando a viagem acabar.