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Maconha estragada

Wander Aguiar

Ah, o dia em que cheguei a Amsterdã, cidade de bicicletas, canais e… surpresas inusitadas! Era meu primeiro mochilão e já estava no final da viagem. Nem saí direito do aeroporto e, quando cheguei à porta do hostel onde ficaria, dei de cara com uma colega dos tempos de escola gritando meu nome na entrada. O mundo é um ovo! Conversa vai, conversa vem, ela me convida para acompanhá-la a um coffee shop, também conhecido como “bar onde as pessoas vão para fumar maconha”, com o amigo dela, um cara tranquilo e gente boa. Só faltou uma plaquinha piscando “isso vai dar merda”.

Lá estávamos nós, em um ambiente cheio de fumaça e risadas, quando eles decidem experimentar o menu local. Logo me ofereceram, mas recusei — não é bem a minha praia. Nisso, ela solta: “Que isso, você tem maior cara de maconheiro!” Já retruquei com a clássica: “Quem vê cara não vê coração.” E então começou o show: minha colega, depois de algumas tragadas naquela vela de 7 dias, encostou no meu ombro e simplesmente puf… desmaiou ao meu lado! Imagina minha reação de turista iniciante, sem saber se chamava a ambulância ou a Interpol! Enquanto eu entrava em pânico e batia na cara dela para ela voltar, o amigo dela, em vez de ajudar, não conseguia parar de rir. Acho que ele viu a cena como o melhor episódio de comédia já gravado ao vivo.

No meio do caos, eu estava mais perdido que GPS sem sinal. Perguntei a um dos atendentes, que me olhou com cara de quem já tinha visto aquele filme milhares de vezes e soltou: “Relaxa, ela tá bem. É uma das poucas que desmaia, mas não vomita.” Ah, claro, isso é um consolo e tanto, né?

Quando finalmente ela voltou a si, já estava falando inglês, como se tivesse mudado de idioma na queda. O atendente, educadamente, solicitou que nós a retirássemos do local. Saímos dali e comecei a tarefa de revigorá-la, fazendo-a caminhar devagar, tomar água e se recompor. Que cena!

No dia seguinte, ainda sob o impacto da experiência surreal, acordei atrasado, me atrapalhei todo e acabei perdendo o trem de volta para Paris. Para piorar a situação, deixei para trás a chave do cadeado da minha mala. Mas essa já é uma história para outro capítulo das minhas aventuras europeias…

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