Quarta-feira, manhã, quase tarde, minha crônica já deveria estar pronta para ser publicada amanhã. Mas, quase nunca elas estão nesse horário. Espero o último bater do sino. Ai, ai! E me ponho a pensar…
O que me faz escrever toda semana e, especialmente, para uma postagem de quinta-feira, às 07h00, em um blog? A resposta não pode ser outra além do desejo pela escrita. Um desejo, no mínimo, estranho, pois é um compromisso assumido simplesmente para deixar as palavras caírem no papel. Quando aceitei a proposta, coloquei como condição única a liberdade para escolher o tema. Não ter direcionamento, entendem?
Outro motivo possível é a comunicação/interação: escritor/texto e texto/leitor. E aí vejo um paradoxo porque, como agora, mesmo tendo milhões de boas e ruins ideias que poderiam resultar em uma crônica, eu não quero estruturar nada. Penso que seja o desejo do silêncio – um significante precioso para mim.
Observei, ao longo desses anos e nessas contínuas quintas-feiras em que estou presente no Blog Mirante, do portal UAI, que quanto mais preciosos são o tema ou o sentimento para mim, mais fico embotada para escrevê-los. Coloco as letrinhas em banho-maria, e ali ficam. Ora sai algo, ora não. O que não tem problema nenhum. E, é claro, isso está ligado ao cuidado e apreço com a temática. Há um superego censurador operando e exigindo uma boa elaboração textual. Nem digo perfeita. Boa já estaria bom demais. Boa-bom – seria isso uma cacofonia? Talvez para a poesia não seja.
Poesia é um dos recursos que adoro. Palavras, significantes que ecoam em dizeres e sons. Ecos com enigmas e nas entrelinhas da escrita. Essa aberta para ecoar no escritor e no leitor. Lacan esclarece que o enigma é uma enunciação da qual não se acha o enunciado.
Enfim, desvelo hoje minha luta com as palavrinhas. Boa luta! Um desafio que eu aceitei e que está em produção, no caminho, e durando. Algumas crônicas ou poesias eu gosto, outras acho chinfrim. Já censurei algumas e, depois, passei a gostar; e vice-versa. Houve momentos da minha vida, especialmente nos períodos escolares da infância e adolescência, em que cheguei a negar a escrita, as redações. Tenho casos ou causos hilários dessa época. E foi aceitando meus textos imperfeitos e, às vezes, com erros gramaticais (isso eu contei baixinho) que me liberei para a concretude da palavra.
Como diz um amigo letrado (bom significante, né?): o importante é escrever!
Sandra Belchiolina sandra@arteyvida.com.br Voo, Voa, avua, Rasgando o céu, Voo no deslize. Voo, Avua, Rasgando…
Daniela Piroli Cabral contato@dnaielapiroli.com.br Hoje, dia 20 de Novembro, comemora-se mais um dia da Consciência…
Eduardo de Ávila Assistimos, com muita tristeza, à busca de visibilidade a qualquer preço. Através…
Silvia Ribeiro Nas minhas adultices sempre procurei desvendar o processo de "merecimento", e encontrei muitos…
Mário Sérgio Já era esperado. A chuvarada que cai foi prevista pelo serviço de meteorologia…
Rosangela Maluf Em pleno século XXI, somos continuamente bombardeados com novidades de toda espécie! Resumindo,…
View Comments
Escreva. Escreva, comece pelo que está fora e ao fazer assim, verá que se expôs por inteiro.
Oi amiga! Gostei disso! Também já me aventurei em escrever algumas cositas mas estão tão desconectadas umas das outras!